Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e85195
Alan Camargo Silva, Jaqueline Ferreira
Fundamentado pelos pressupostos teórico-metodológicos da Sociologia do Desvio, o presente estudo teve como objetivo compreender as lógicas do consumo de anabolizantes na musculação de uma academia de ginástica situada em um bairro popular carioca. Trata-se de uma etnografia em um estabelecimento à margem de uma favela carioca durante um ano entre 2012 e 2013. Os achados da presente pesquisa apontaram que o consumo de anabolizantes pelos frequentadores era geralmente naturalizado, mas visto como ato desviante a depender das situações e dos grupos sociais que compartilhavam esses produtos. Conclui-se que a teoria do desvio contribui para o entendimento dos usos de tais substâncias pela ótica sociocultural local e não somente do ponto de vista legal ou da racionalidade biomédica, potencializando, assim, discussões de dados fundamentais para a intervenção profissional nesses estabelecimentos ou para programas e políticas públicas de saúde pública sobre drogas e medicamentos.
{"title":"Corpos bombados e desviantes? Anabolizantes e moralidades na musculação","authors":"Alan Camargo Silva, Jaqueline Ferreira","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e85195","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e85195","url":null,"abstract":"Fundamentado pelos pressupostos teórico-metodológicos da Sociologia do Desvio, o presente estudo teve como objetivo compreender as lógicas do consumo de anabolizantes na musculação de uma academia de ginástica situada em um bairro popular carioca. Trata-se de uma etnografia em um estabelecimento à margem de uma favela carioca durante um ano entre 2012 e 2013. Os achados da presente pesquisa apontaram que o consumo de anabolizantes pelos frequentadores era geralmente naturalizado, mas visto como ato desviante a depender das situações e dos grupos sociais que compartilhavam esses produtos. Conclui-se que a teoria do desvio contribui para o entendimento dos usos de tais substâncias pela ótica sociocultural local e não somente do ponto de vista legal ou da racionalidade biomédica, potencializando, assim, discussões de dados fundamentais para a intervenção profissional nesses estabelecimentos ou para programas e políticas públicas de saúde pública sobre drogas e medicamentos.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135958280","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e85406
Rafael José de Menezes Bastos
Este é uma homenagem a Pedro Agostinho da Silva realizando um memento da sua Antropologia. Convivi longamente com ele, inclusive em trabalho de campo. Pedro é um pioneiro da Antropologia, a politicidade sendo fundadora dela. Em seu clássico sobre o Kwarìp, ritual funerário xinguano, a chave de entendimento está na dialética entre o mito e o rito – a dança aí tendo interesse estratégico – e na equação temporal de longa duração do rito. Além de etnógrafo brilhante, Pedro fundou e dirigiu instituições importantes, entre elas, estão o Centro Brasileiro de Estudos Indígenas, em Brasília, o Museu de Antropologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia e o Programa Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro, também da UFBA. Participou da criação da Seção da Bahia da Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAÍ). Juntamente com um grupo ilustre de colegas latino-americanos, foi, em 1971, um dos participantes da célebre Declaração de Barbados.
{"title":"Pedro Agostinho da Silva: uma homenagem","authors":"Rafael José de Menezes Bastos","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e85406","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e85406","url":null,"abstract":"Este é uma homenagem a Pedro Agostinho da Silva realizando um memento da sua Antropologia. Convivi longamente com ele, inclusive em trabalho de campo. Pedro é um pioneiro da Antropologia, a politicidade sendo fundadora dela. Em seu clássico sobre o Kwarìp, ritual funerário xinguano, a chave de entendimento está na dialética entre o mito e o rito – a dança aí tendo interesse estratégico – e na equação temporal de longa duração do rito. Além de etnógrafo brilhante, Pedro fundou e dirigiu instituições importantes, entre elas, estão o Centro Brasileiro de Estudos Indígenas, em Brasília, o Museu de Antropologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia e o Programa Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro, também da UFBA. Participou da criação da Seção da Bahia da Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAÍ). Juntamente com um grupo ilustre de colegas latino-americanos, foi, em 1971, um dos participantes da célebre Declaração de Barbados.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135958284","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e93867
Jeniffer Hübner, José Marcos Froehlich
Este texto analisa atualizações do sentido de utopia no contexto do Antropoceno com base nas reflexões sobre micropolíticas de resistência propostas por Félix Guattari. O objetivo é lançar luz às diferenças entre as utopias contemporâneas e modernas, anteriores à crise das utopias do fim do século XX, caracterizadas pela busca por mudanças na base estrutural socioeconômica e no sistema político. Compreende-se utopia como uma micropolítica de resistência que cria modos de ser e de estar no mundo, como desejo de produzir a vida e de resistência às formas de dominação e à captura dos processos de subjetivação, sem projetar a construção de um mundo ideal, mas de acompanhar como emergem, junto aos sujeitos, novos campos e a criação de outros mundos possíveis. Nesse sentido, propõe-se a noção de utopia heurística, capaz de incidir sobre a educação do desejo, ensejando práticas sociais que propiciem experienciar e aprender sobre as possibilidades de vivências alternativas e futuros sustentáveis.
{"title":"Os sentidos utópicos no antropoceno: comunidades e micropolíticas de resistência","authors":"Jeniffer Hübner, José Marcos Froehlich","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e93867","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e93867","url":null,"abstract":"Este texto analisa atualizações do sentido de utopia no contexto do Antropoceno com base nas reflexões sobre micropolíticas de resistência propostas por Félix Guattari. O objetivo é lançar luz às diferenças entre as utopias contemporâneas e modernas, anteriores à crise das utopias do fim do século XX, caracterizadas pela busca por mudanças na base estrutural socioeconômica e no sistema político. Compreende-se utopia como uma micropolítica de resistência que cria modos de ser e de estar no mundo, como desejo de produzir a vida e de resistência às formas de dominação e à captura dos processos de subjetivação, sem projetar a construção de um mundo ideal, mas de acompanhar como emergem, junto aos sujeitos, novos campos e a criação de outros mundos possíveis. Nesse sentido, propõe-se a noção de utopia heurística, capaz de incidir sobre a educação do desejo, ensejando práticas sociais que propiciem experienciar e aprender sobre as possibilidades de vivências alternativas e futuros sustentáveis.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135957926","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e94144
Matheus Henrique Pereira da Silva
O presente artigo aborda os efeitos da introdução do gado vacum e cavalar ao longo das paisagens dos campos na Ilha de Marajó a partir das relações ecológicas envolvendo o extermínio de milhares de jacarés e a proliferação de uma doença que afetou o rebanho de cavalos ao longo do tempo. Dessa forma, a ideia foi contar três histórias mais que humanas de simplificações ecológicas e de proliferações ferais relacionadas ao gado que constituem perturbações nas paisagens locais: 1a) a introdução, a formação e o asselvajamento do gado vacum e cavalar na ilha; 2a) a proliferação feral de uma doença que dizimou o rebanho cavalar; e 3a) o extermínio de milhares de jacarés-açus com o intuito de promover o desenvolvimento da indústria pastoril marajoara. Por fim, conclui-se que a criação do gado como animal do Antropoceno está relacionada a alterações ecológicas multiespecíficas dentro do projeto de colonização e de habitação da Amazônia marajoara que foge ao controle e ao domínio humano sobre a natureza.
{"title":"Paisagens, histórias e ecologias mais que humanas do gado ao longo dos campos na Amazônia Marajoara","authors":"Matheus Henrique Pereira da Silva","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e94144","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e94144","url":null,"abstract":"O presente artigo aborda os efeitos da introdução do gado vacum e cavalar ao longo das paisagens dos campos na Ilha de Marajó a partir das relações ecológicas envolvendo o extermínio de milhares de jacarés e a proliferação de uma doença que afetou o rebanho de cavalos ao longo do tempo. Dessa forma, a ideia foi contar três histórias mais que humanas de simplificações ecológicas e de proliferações ferais relacionadas ao gado que constituem perturbações nas paisagens locais: 1a) a introdução, a formação e o asselvajamento do gado vacum e cavalar na ilha; 2a) a proliferação feral de uma doença que dizimou o rebanho cavalar; e 3a) o extermínio de milhares de jacarés-açus com o intuito de promover o desenvolvimento da indústria pastoril marajoara. Por fim, conclui-se que a criação do gado como animal do Antropoceno está relacionada a alterações ecológicas multiespecíficas dentro do projeto de colonização e de habitação da Amazônia marajoara que foge ao controle e ao domínio humano sobre a natureza.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135957927","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e85667
Mario Pereita Borba
Neste artigo apresento e discuto perspectivas escolares (de estudantes, professores e responsáveis) sobre prescrições e usos de Ritalina (nome comercial do cloridrato de metilfenidato) como tratamento para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Parto de considerações transversais de um trabalho de campo etnográfico em uma escola pública do Rio de Janeiro, com duração de um ano (do segundo semestre de 2017 ao primeiro de 2018), cuja discussão aprofundo a partir de um estudo de caso proveniente do mesmo campo. Discuto atravessamentos entre atenção e comportamento no cotidiano escolar, enfatizando seus pontos de contato na realidade (múltipla) constituída em torno do uso do referido medicamento.
{"title":"“Posso falar?”: perspectivas em torno do uso de Ritalina em contexto escolar","authors":"Mario Pereita Borba","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e85667","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e85667","url":null,"abstract":"Neste artigo apresento e discuto perspectivas escolares (de estudantes, professores e responsáveis) sobre prescrições e usos de Ritalina (nome comercial do cloridrato de metilfenidato) como tratamento para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Parto de considerações transversais de um trabalho de campo etnográfico em uma escola pública do Rio de Janeiro, com duração de um ano (do segundo semestre de 2017 ao primeiro de 2018), cuja discussão aprofundo a partir de um estudo de caso proveniente do mesmo campo. Discuto atravessamentos entre atenção e comportamento no cotidiano escolar, enfatizando seus pontos de contato na realidade (múltipla) constituída em torno do uso do referido medicamento.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135958281","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e85563
Giovanna Paccillo Dos Santos
Este artigo se debruça sobre a história, a partir da psiquiatria, do diagnóstico de transtorno de pânico e de sua consolidação nas décadas seguintes na literatura científica. Acompanhando um movimento histórico e cultural da psiquiatria dos anos de 1960 a 1980 de fortes críticas à psicoterapia psicodinâmica, o pânico emerge como um transtorno pela primeira vez a partir do teste clínico com um medicamento chamado Imipramina, no final da década de 1950. Ao comparar os primeiros testes em que o psiquiatra Donald Klein realizava em pacientes institucionalizados aos experimentos posteriores usando placebo, demonstra-se como uma transformação no horizonte teórico da psiquiatria norte-americana (da psicanálise para a psiquiatria biológica) era inscrita nesses experimentos. Argumenta-se que, além de uma rejeição teórica à psicanálise como fator explicativo, havia uma rejeição de formato, que acaba sendo instituída, oficialmente, no terceiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III).
{"title":"A entrada do Pânico no DSM-III e sua performance a partir da Imipramina","authors":"Giovanna Paccillo Dos Santos","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e85563","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e85563","url":null,"abstract":"Este artigo se debruça sobre a história, a partir da psiquiatria, do diagnóstico de transtorno de pânico e de sua consolidação nas décadas seguintes na literatura científica. Acompanhando um movimento histórico e cultural da psiquiatria dos anos de 1960 a 1980 de fortes críticas à psicoterapia psicodinâmica, o pânico emerge como um transtorno pela primeira vez a partir do teste clínico com um medicamento chamado Imipramina, no final da década de 1950. Ao comparar os primeiros testes em que o psiquiatra Donald Klein realizava em pacientes institucionalizados aos experimentos posteriores usando placebo, demonstra-se como uma transformação no horizonte teórico da psiquiatria norte-americana (da psicanálise para a psiquiatria biológica) era inscrita nesses experimentos. Argumenta-se que, além de uma rejeição teórica à psicanálise como fator explicativo, havia uma rejeição de formato, que acaba sendo instituída, oficialmente, no terceiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III).","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135958279","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e96024
Rick Dolphijn, Caroline Spitzner, Scott Correll Head
Ficando com o Problema (Staying with the Trouble) foi traduzida a partir da versão impressa da entrevista conduzida ao vivo pelo Skype com Donna Haraway por Rick Dolphijn, realizada na ocasião do lançamento oficial da exposição de arte Yes Naturally (Haia, Holanda) durante os dias de pré-visualização profissional da documenta 13 (Kassel, Alemanha), 7 de junho de 2012. Foi publicada originalmente em Dolphijn e Haraway (2013). Na entrevista, é discutida a influência da teoria de Haraway no mundo da arte contemporânea, particularmente como seu trabalho inspirou e esteve em diálogo com muitos dos artistas que participaram das exposições Yes Naturally (2012) e documenta 13 (2012). Ao mesmo tempo, são traçadas conexões com as questões que permeiam a teoria de Haraway há muitos anos, como relações multiespécies, materialidades e naturezasculturas, e o trabalho de artistas contemporâneos que procuram engajar-se com temas e conceitos afins em suas criações artísticas.
{"title":"Ficando com o Problema – Entrevista com Donna Haraway","authors":"Rick Dolphijn, Caroline Spitzner, Scott Correll Head","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e96024","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e96024","url":null,"abstract":"Ficando com o Problema (Staying with the Trouble) foi traduzida a partir da versão impressa da entrevista conduzida ao vivo pelo Skype com Donna Haraway por Rick Dolphijn, realizada na ocasião do lançamento oficial da exposição de arte Yes Naturally (Haia, Holanda) durante os dias de pré-visualização profissional da documenta 13 (Kassel, Alemanha), 7 de junho de 2012. Foi publicada originalmente em Dolphijn e Haraway (2013). Na entrevista, é discutida a influência da teoria de Haraway no mundo da arte contemporânea, particularmente como seu trabalho inspirou e esteve em diálogo com muitos dos artistas que participaram das exposições Yes Naturally (2012) e documenta 13 (2012). Ao mesmo tempo, são traçadas conexões com as questões que permeiam a teoria de Haraway há muitos anos, como relações multiespécies, materialidades e naturezasculturas, e o trabalho de artistas contemporâneos que procuram engajar-se com temas e conceitos afins em suas criações artísticas.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135958283","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-23DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e92010
Ana Claudia Knihs de Camargo
{"title":"SCOTT, Parry; LIRA, Luciana; MATOS, Silvana. (org.). Práticas sociais no epicentro da epidemia do Zika. Recife: Editora da UFPE, 2020.","authors":"Ana Claudia Knihs de Camargo","doi":"10.5007/2175-8034.2023.e92010","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e92010","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135957928","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-22DOI: 10.5007/2175-8026.2023.e92413
Mateus de Novaes Maia
O presente artigo discute as conexões entre as HQs Cangaço Overdrive (2018), de Zé Wellington e Walter Geovani e Ronin (1983-1984), de Frank Miller. As duas obras foram pioneiras em seu trânsito por diferentes tradições artísticas — enquanto Ronin antecipou o movimento cyberpunk, Cangaço Overdrive articulou elementos que configurariam o sertãopunk ainda antes do movimento tomar forma. Ambas também tomam como ponto de partida a ressurreição de uma figura de um passado heroico em um futuro distópico, mas se diferenciam na forma como desenvolvem a relação dessas figuras com o mundo ao qual elas retornam em seu deslocamento temporal — isto é, tratam de maneira radicalmente diversa a relação do passado com o futuro. Defende-se, a partir deste cotejo, que as semelhanças superficiais entre as obras são menos significativas em sua análise conjunta do que suas diferentes apreensões do capitalismo tardio, expressivas dos movimentos literários a que se associam e de seus respectivos quadros ideológicos.
{"title":"Direto da Sarjeta: diálogos possíveis entre Cangaço Overdrive, de Zé Wellington e Walter Geovani, e Ronin, de Frank Miller","authors":"Mateus de Novaes Maia","doi":"10.5007/2175-8026.2023.e92413","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8026.2023.e92413","url":null,"abstract":"O presente artigo discute as conexões entre as HQs Cangaço Overdrive (2018), de Zé Wellington e Walter Geovani e Ronin (1983-1984), de Frank Miller. As duas obras foram pioneiras em seu trânsito por diferentes tradições artísticas — enquanto Ronin antecipou o movimento cyberpunk, Cangaço Overdrive articulou elementos que configurariam o sertãopunk ainda antes do movimento tomar forma. Ambas também tomam como ponto de partida a ressurreição de uma figura de um passado heroico em um futuro distópico, mas se diferenciam na forma como desenvolvem a relação dessas figuras com o mundo ao qual elas retornam em seu deslocamento temporal — isto é, tratam de maneira radicalmente diversa a relação do passado com o futuro. Defende-se, a partir deste cotejo, que as semelhanças superficiais entre as obras são menos significativas em sua análise conjunta do que suas diferentes apreensões do capitalismo tardio, expressivas dos movimentos literários a que se associam e de seus respectivos quadros ideológicos.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-08-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77138268","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-22DOI: 10.5007/2175-8026.2023.e92664
Luciana Soares de Medeiros, A. Brandão
Este artigo busca refletir sobre dinâmicas de relações entre representação e representatividade a partir da análise da composição visual da personagem Rose Maxson em Fences (2016), de August Wilson. As reflexões têm origem em pesquisa documental que examinou os elementos visuais — cabelo, maquiagem e figurino — que expressam a ideia de feminilidade e materializam a personagem, tanto no texto da peça teatral quanto em sua adaptação para o cinema, descrevendo semelhanças, diferenças e possíveis ausências de descrição de visualidade, analisando o conteúdo coletado segundo o conceito de Imagens de Controle, desenvolvido por Patricia Hill Collins. O estudo explora um campo de articulação entre linguagem e cultura, com foco em como produções textuais e audiovisuais constroem as imagens de personagens femininas negras, de forma a problematizar as relações entre a indústria cultural e o reforço de lugares sociais destinados a corpos racializados.
{"title":"A mulher negra criada na ausência: dinâmicas de representação e a composição de visualidade de Rose Maxson em Fences","authors":"Luciana Soares de Medeiros, A. Brandão","doi":"10.5007/2175-8026.2023.e92664","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8026.2023.e92664","url":null,"abstract":"Este artigo busca refletir sobre dinâmicas de relações entre representação e representatividade a partir da análise da composição visual da personagem Rose Maxson em Fences (2016), de August Wilson. As reflexões têm origem em pesquisa documental que examinou os elementos visuais — cabelo, maquiagem e figurino — que expressam a ideia de feminilidade e materializam a personagem, tanto no texto da peça teatral quanto em sua adaptação para o cinema, descrevendo semelhanças, diferenças e possíveis ausências de descrição de visualidade, analisando o conteúdo coletado segundo o conceito de Imagens de Controle, desenvolvido por Patricia Hill Collins. O estudo explora um campo de articulação entre linguagem e cultura, com foco em como produções textuais e audiovisuais constroem as imagens de personagens femininas negras, de forma a problematizar as relações entre a indústria cultural e o reforço de lugares sociais destinados a corpos racializados.","PeriodicalId":43226,"journal":{"name":"Ilha do Desterro-A Journal of English Language Literatures in English and Cultural Studies","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-08-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83935294","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}