CRISTIANE DOS SANTOS FARIAS, GLÁUCIA BOTAN RUFATO, MARIA JOSÉ FERREIRA RUIZ
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Abstract
O presente estudo objetiva fazer um confronto crítico entre a formação para a adaptação e a formação para emancipação, partindo da leitura da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Metodologicamente, recorremos à pesquisa bibliográfica e documental para trazer uma crítica sobre os conceitos de habilidades e competências que constam na BNCC e suas implicações para os processos formativos do educando, nos espaços formais de educação. Constatamos que, ao priorizar um ensino de competências e habilidades, secundarizando os conteúdos científicos, artísticos e filosóficos, num ensino estruturado em métodos e técnicas de aprendizagem, evidencia-se uma educação pautada na formação de sujeitos adaptáveis e utilitários ao mercado de trabalho. A BNCC traz consigo um combo de ações alinhadas ao projeto de educação nos moldes empresariais, entre eles, a Base Nacional Comum para a Formação de Professores da Educação Básica (BNC-Formação), atrelados ao projeto da sociabilidade capitalista, que desconsidera a complexidade da formação humana, reduzindo o currículo e a formação escolar aos ideais contidos na Teoria do Capital Humano (TCH). Entende-se que a BNCC prescreve a inserção de competências socioemocionais e pode vir a promover o esvaziamento de conteúdos científicos relevantes à formação humana plena ao se alinhar aos ditames dos organismos multilaterais, principalmente ao Banco Mundial (BM), que considera a educação escolar voltada unilateralmente à qualificação para o mercado.