Ana Beatriz Floriano de Souza, Maria de Fátima Oliveira Hirth Ruiz, Rejane Kiyomi Furuya, Vanessa Cristina Luquini, Camila dos Santos Peres, Erick Souza Neri, Luana Graziely Parra da Silva, Giovanna Yamashita Tomita, Natalia Marciano de Araujo Ferreira, Andressa Midori Sakai, Tissiane Soares Seixas de Mattos, Ana Caroline Carvalho, Flávia Meneguetti Pieri
{"title":"RECIDIVA DE TUBERCULOSE PULMONAR EM ADULTOS EM UM ESTADO DO SUL DO BRASIL","authors":"Ana Beatriz Floriano de Souza, Maria de Fátima Oliveira Hirth Ruiz, Rejane Kiyomi Furuya, Vanessa Cristina Luquini, Camila dos Santos Peres, Erick Souza Neri, Luana Graziely Parra da Silva, Giovanna Yamashita Tomita, Natalia Marciano de Araujo Ferreira, Andressa Midori Sakai, Tissiane Soares Seixas de Mattos, Ana Caroline Carvalho, Flávia Meneguetti Pieri","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103654","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A forma pulmonar é manifestação mais comum e de maior repercussão de saúde pública da tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. A recidiva de tuberculose ocorre quando uma pessoa, que já teve a doença ativa previamente e recebeu alta após comprovação de cura ou conclusão do tratamento, volta a manifestá-la, seja por reativação endógena do bacilo ou por reinfecção exógena. O objetivo desse trabalho foi descrever os casos notificados de tuberculose pulmonar que manifestaram posteriormente recidiva, em indivíduos na faixa etária de 19 a 59 anos, entre 2016 e 2022, investigados no estado do Paraná. Estudo descritivo, baseado nos casos notificados de tuberculose pulmonar em recidiva, reportados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação no estado do Paraná, entre os anos de 2016 até 2022, sob CAAE 38855820.6.0000.5231. Foram notificados 13947 casos de tuberculose, 9338 (67%) na forma pulmonar, 620 (6,6%) casos em recidiva. Desses, foram notificados mais casos nos anos de 2020 com 125 (20,2%) seguido de 2017, 117 (18,9%), com predomínio do sexo masculino com 468 casos (75,5%), 375 brancos (60,5%), 367 com até nove anos de estudos (59,2%). A mediana de idade foi 39,80 anos. Quanto às populações com risco acrescido, 99 eram privados de liberdade (16,0%), 57 estavam em situação de rua (9,2%), 4 profissionais da saúde (0,6%) e 4 imigrantes (0,6%). Nota-se que as notificações ao longo dos anos de recidiva em privados de liberdade aumentaram em 2020 (n = 25) e 2021 (n = 25), como também para os casos em situação de rua, 2020 (n = 15) e 2021 (n = 13). Quanto aos agravos, 250 eram tabagistas (40,3%), 192 alcoolistas (31,0%), 191 usuários de drogas ilícitas (30,8%), 88 desenvolveram AIDS (14,2%), 36 com diabetes (5,8%) e 18 transtornos mentais (2,9%). Dos casos de recidiva, 91 (14,7%) eram HIV positivos e 68 (11,0%) em uso de antirretroviral. Somente 437 (70,5%) realizavam o Tratamento Diretamente Observado. Obteve-se 352 curas (56,8%), 56 abandonos (9,0%), 14 óbitos por tuberculose (2,3%) e 28 droga resistente (4,5%). Observa-se maior prevalência para recidiva de tuberculose pulmonar em algumas populações-chave que apresentem comorbidades e práticas de risco acrescido como fatores importantes para novos casos. Deste modo, a rede de cuidado multidisciplinar para pessoas com tuberculose deve dar ênfase a essas populações prioritárias visando reduzir falhas terapêuticas e adesão ao tratamento.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103654","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A forma pulmonar é manifestação mais comum e de maior repercussão de saúde pública da tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. A recidiva de tuberculose ocorre quando uma pessoa, que já teve a doença ativa previamente e recebeu alta após comprovação de cura ou conclusão do tratamento, volta a manifestá-la, seja por reativação endógena do bacilo ou por reinfecção exógena. O objetivo desse trabalho foi descrever os casos notificados de tuberculose pulmonar que manifestaram posteriormente recidiva, em indivíduos na faixa etária de 19 a 59 anos, entre 2016 e 2022, investigados no estado do Paraná. Estudo descritivo, baseado nos casos notificados de tuberculose pulmonar em recidiva, reportados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação no estado do Paraná, entre os anos de 2016 até 2022, sob CAAE 38855820.6.0000.5231. Foram notificados 13947 casos de tuberculose, 9338 (67%) na forma pulmonar, 620 (6,6%) casos em recidiva. Desses, foram notificados mais casos nos anos de 2020 com 125 (20,2%) seguido de 2017, 117 (18,9%), com predomínio do sexo masculino com 468 casos (75,5%), 375 brancos (60,5%), 367 com até nove anos de estudos (59,2%). A mediana de idade foi 39,80 anos. Quanto às populações com risco acrescido, 99 eram privados de liberdade (16,0%), 57 estavam em situação de rua (9,2%), 4 profissionais da saúde (0,6%) e 4 imigrantes (0,6%). Nota-se que as notificações ao longo dos anos de recidiva em privados de liberdade aumentaram em 2020 (n = 25) e 2021 (n = 25), como também para os casos em situação de rua, 2020 (n = 15) e 2021 (n = 13). Quanto aos agravos, 250 eram tabagistas (40,3%), 192 alcoolistas (31,0%), 191 usuários de drogas ilícitas (30,8%), 88 desenvolveram AIDS (14,2%), 36 com diabetes (5,8%) e 18 transtornos mentais (2,9%). Dos casos de recidiva, 91 (14,7%) eram HIV positivos e 68 (11,0%) em uso de antirretroviral. Somente 437 (70,5%) realizavam o Tratamento Diretamente Observado. Obteve-se 352 curas (56,8%), 56 abandonos (9,0%), 14 óbitos por tuberculose (2,3%) e 28 droga resistente (4,5%). Observa-se maior prevalência para recidiva de tuberculose pulmonar em algumas populações-chave que apresentem comorbidades e práticas de risco acrescido como fatores importantes para novos casos. Deste modo, a rede de cuidado multidisciplinar para pessoas com tuberculose deve dar ênfase a essas populações prioritárias visando reduzir falhas terapêuticas e adesão ao tratamento.