Leonardo Lameira Lopes, Thaiane dos Santos Oliveira, Bruno Portela Dias, Dimitri Ferreira dos Santos, Ivan Andrade dos Santos, Douglas Machado Costa, Arieta de Souza Barros Vales, Juliana Alencar Isacksson Vieira, Paulo de Oliveira Neto, Amersa Christiny Rodrigues Maramalde, Luana Oliveira Rodrigues, Emanuelle Portal Moraes, Elizeu Leão da Silva
{"title":"A PREVALÊNCIA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO ESTADO DO AMAPÁ ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2022","authors":"Leonardo Lameira Lopes, Thaiane dos Santos Oliveira, Bruno Portela Dias, Dimitri Ferreira dos Santos, Ivan Andrade dos Santos, Douglas Machado Costa, Arieta de Souza Barros Vales, Juliana Alencar Isacksson Vieira, Paulo de Oliveira Neto, Amersa Christiny Rodrigues Maramalde, Luana Oliveira Rodrigues, Emanuelle Portal Moraes, Elizeu Leão da Silva","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103110","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Transmitida pelo contato com indivíduos não tratados, ela acomete a pele e os nervos periféricos e atinge pessoas de qualquer sexo ou idade, possuindo diferentes formas clínicas. Em virtude de sua alta prevalência e curso progressivo, a hanseníase é considerada um importante problema de saúde pública em todas as regiões do Brasil, em especial nas de baixa renda. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar os aspectos epidemiológicos da hanseníase no estado do Amapá entre os anos de 2018 e 2022. Foi realizado um estudo descritivo com o uso de dados secundários, coletados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN), disponíveis na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) Durante o período analisado, houve a notificação de 590 casos totais de hanseníase no estado do Amapá. Na medida em que os anos de 2018 e 2019 destacam-se, com 26,4% e 27,8% dos casos respectivamente, observa-se uma queda nos anos subsequentes. A análise de casos por sexo demonstra que os homens representam 69,5% dos casos totais da doença. Além disso, evidencia-se a predominância de casos em indivíduos de cor parda (71,8%) em relação às demais etnias. A faixa etária mais acometida foi a de jovens e adultos com idade entre 20 e 39 anos. Também é perceptível a concentração das notificações de casos na capital Macapá, com 83,2% do total. Em relação à escolaridade, nota-se uma quantidade significativa de indivíduos com ensino fundamental incompleto, em especial da 1ª a 4ª série incompleta (18,31%). A forma clínica mais prevalente da doença foi a dimorfa (47,29%), enquanto a classe operacional de maior frequência foi a multibacilar (70,17%), com cerca de 47,9% dos indivíduos apresentando mais de 5 lesões cutâneas, com maior potencial de transmissibilidade. Dessa forma, conclui-se que, entre os anos de 2018 a 2022, a hanseníase no estado do Amapá atingiu principalmente a população masculina, de cor parda, de baixa escolaridade, com idade entre 20 e 39 anos. É notável uma queda no número de notificações de casos após o ano de 2019. Ademais, também houve a predominância das formas multibacilares da doença. Nesse sentido, mostra-se fundamental a manutenção das estratégias de detecção precoce e tratamento da hanseníase, com o fim de alcançar o maior controle da doença e evitar suas sequelas na população.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"48 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103110","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Transmitida pelo contato com indivíduos não tratados, ela acomete a pele e os nervos periféricos e atinge pessoas de qualquer sexo ou idade, possuindo diferentes formas clínicas. Em virtude de sua alta prevalência e curso progressivo, a hanseníase é considerada um importante problema de saúde pública em todas as regiões do Brasil, em especial nas de baixa renda. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar os aspectos epidemiológicos da hanseníase no estado do Amapá entre os anos de 2018 e 2022. Foi realizado um estudo descritivo com o uso de dados secundários, coletados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN), disponíveis na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) Durante o período analisado, houve a notificação de 590 casos totais de hanseníase no estado do Amapá. Na medida em que os anos de 2018 e 2019 destacam-se, com 26,4% e 27,8% dos casos respectivamente, observa-se uma queda nos anos subsequentes. A análise de casos por sexo demonstra que os homens representam 69,5% dos casos totais da doença. Além disso, evidencia-se a predominância de casos em indivíduos de cor parda (71,8%) em relação às demais etnias. A faixa etária mais acometida foi a de jovens e adultos com idade entre 20 e 39 anos. Também é perceptível a concentração das notificações de casos na capital Macapá, com 83,2% do total. Em relação à escolaridade, nota-se uma quantidade significativa de indivíduos com ensino fundamental incompleto, em especial da 1ª a 4ª série incompleta (18,31%). A forma clínica mais prevalente da doença foi a dimorfa (47,29%), enquanto a classe operacional de maior frequência foi a multibacilar (70,17%), com cerca de 47,9% dos indivíduos apresentando mais de 5 lesões cutâneas, com maior potencial de transmissibilidade. Dessa forma, conclui-se que, entre os anos de 2018 a 2022, a hanseníase no estado do Amapá atingiu principalmente a população masculina, de cor parda, de baixa escolaridade, com idade entre 20 e 39 anos. É notável uma queda no número de notificações de casos após o ano de 2019. Ademais, também houve a predominância das formas multibacilares da doença. Nesse sentido, mostra-se fundamental a manutenção das estratégias de detecção precoce e tratamento da hanseníase, com o fim de alcançar o maior controle da doença e evitar suas sequelas na população.