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Abstract
A figura do intelectual na obra de Roberto Bolaño é frequentemente interpretada a partir do prisma da marginalidade. Essa categoria é definida por uma certa postura diante do universo das trocas simbólicas do campo, sendo configurada por um não-pertencimento voluntário e/ou involuntário a ele. No entanto, alguns personagens de Bolaño constituem-se como um estilema que ultrapassa esses limites, de modo que o ideal de intelectualidade do autor pode ser entendido como uma recusa não apenas ao campo, mas também, e talvez sobretudo, a um modelo político-econômico. Seguindo pistas da própria obra do escritor, este trabalho pretende apresentar a categoria do intelectual lúmpen ou do lumpenismo intelectual, ideia que se funde nos personagens Arturo Belano, Ulisses Lima, Cesárea Tinajero, Auxilio Lacouture e Benno von Archimboldi. Este último seria, por fim, a versão mais bem acabada de um modelo de intelectual pensado por Bolaño, tornando-se ele também a superação de Belano, ou seja, o último alter ego do autor.