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Abstract
Um excurso no romance de John Updike torna tangível a face sombria da abstração americana, expondo um ethos predatório que consagra e, ipso facto, aniquila seu artista emblemático. Empresta virulência política à crítica de Danto à estética formalista de Greenberg, exumando a “forma pura” que insula a arte. Contudo, essa “pureza” remonta a crenças obscuras da formação colonial, reiteradas pela supremacia branca e protestante. Minando bases da sociabilidade, do “ser-com”, reencena a conflagração da comunidade, a “comunidade impossível”, que faz Nancy repensar sua negatividade como “inoperante”, espaço negativo da relação ao outro. A contrapelo da racionalidade da forma, Sonia Gomes revoga uma ordem excludente e ilegítima que confiscou o espaço da diferença, das memórias e histórias afrodescendentes, para configurar uma imageria do gesto, antes háptica que visual, implodindo a unidade insidiosa do design.