{"title":"Da estética da vida à estetização generalizada: uma introdução ao pensamento de Jean Galard","authors":"L. S. Rodrigues","doi":"10.11606/issn.2447-9772.i17p15-41","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo tem como finalidade esboçar uma introdução ao pensamento estético de Jean Galard, filósofo e historiador da arte que lecionou Estética no departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo entre os anos de 1968 e 1971, e que esteve por décadas ligado ao meio artístico institucional francês, tendo criado, em 1987, o Serviço Cultural do Museu do Louvre. Para tanto, faremos um percurso sintético por quatro diferentes trabalhos de Galard que lidam com a questão da estetização da vida, questão essa que percorre toda sua reflexão e sofre transformações circunstanciais com o passar das décadas: trata-se dos livros Mort des Beaux-Arts (1971), A beleza do gesto (1984) e Beleza exorbitante (2012), e do artigo “L’art sans oeuvre” (2003). Por meio desse movimento, pretendemos mostrar como, sob o mesmo conceito de “esteticismo”, Galard busca rejeitar um ideal de beleza distanciada, regressiva e abusiva, que “desrealiza” o real, seja por meio da contenção das potências “desobradas” da arte por parte do sistema das Belas-Artes, seja por meio da destituição empática da experiência vivida nas imagens da mídia e da propaganda, ao passo que busca considerar a possibilidade de uma potência perturbadora em certos momentos e passagens da vida, em certos gestos e acontecimentos, que contêm simultaneamente o belo e o terrível.","PeriodicalId":509880,"journal":{"name":"Rapsódia","volume":"7 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Rapsódia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i17p15-41","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo tem como finalidade esboçar uma introdução ao pensamento estético de Jean Galard, filósofo e historiador da arte que lecionou Estética no departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo entre os anos de 1968 e 1971, e que esteve por décadas ligado ao meio artístico institucional francês, tendo criado, em 1987, o Serviço Cultural do Museu do Louvre. Para tanto, faremos um percurso sintético por quatro diferentes trabalhos de Galard que lidam com a questão da estetização da vida, questão essa que percorre toda sua reflexão e sofre transformações circunstanciais com o passar das décadas: trata-se dos livros Mort des Beaux-Arts (1971), A beleza do gesto (1984) e Beleza exorbitante (2012), e do artigo “L’art sans oeuvre” (2003). Por meio desse movimento, pretendemos mostrar como, sob o mesmo conceito de “esteticismo”, Galard busca rejeitar um ideal de beleza distanciada, regressiva e abusiva, que “desrealiza” o real, seja por meio da contenção das potências “desobradas” da arte por parte do sistema das Belas-Artes, seja por meio da destituição empática da experiência vivida nas imagens da mídia e da propaganda, ao passo que busca considerar a possibilidade de uma potência perturbadora em certos momentos e passagens da vida, em certos gestos e acontecimentos, que contêm simultaneamente o belo e o terrível.