Elke Rusana Pires Santos Ribeiro, Antônio José Andrade Silva, Marcos Denilson Guimarães
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Abstract
Este artigo tem como objetivo analisar como os saberes matemáticos, destinados à instrução primária feminina, foram se consolidando ao longo do período Imperial, em especial, no Maranhão no final do século XIX. Para isso, buscamos conhecer o que estava prescrito na primeira lei educacional brasileira, de 1827, e que impactos os discursos sexistas de senadores daquela época tiveram sobre a formação de meninas. Este estudo é de natureza qualitativa, cujo referencial teórico-metodológico está inserido no âmbito das pesquisas da história da educação matemática e apoiado nas discussões da história cultural. As fontes examinadas foram documentos oficiais e estudos já realizados no âmbito da pesquisa histórica. Antes de a Lei Imperial de 1827 ser sancionada pelo imperador, debates sexistas dos senadores demonstram como esses homens determinaram qual deveria ser o papel da mulher na sociedade imperial. Os estudos das meninas ficavam limitados ao ler, escrever e contar, e às prendas domésticas, educando-as para serem futuras mães e esposas zelosas. No âmbito dos saberes matemáticos, elas ficaram excluídas do ensino de geometria e tiveram acesso somente às quatro operações fundamentais da aritmética. Verificamos, portanto, um currículo coerente com o patriarcado da época.