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Abstract
Meu objetivo neste artigo é explorar a sobrevivência da tradição expositiva racista do ocidente de exposições coloniais e universais, que expunham o exótico selvagem em relação ao, supostamente, civilizado branco europeu. Para isso tenho como objeto central a Exposição Colonial de Nápoles, a memória produzida (ou não) sobre este acontecimento no site atual do complexo expositivo e suas repercussões contemporâneas em debates sobre o restauro de edifícios da antiga Exposição Colonial. As questões centrais são: como o passado colonial pode ser deixado de fora ao se falar sobre o atual complexo expositivo Mostra d’Oltremare? Como isso ocorre até mesmo em discussões sobre restauração do espaço? O que possibilita esse agenciamento do passado colonial? A metodologia adotada para respondê-las é uma análise documental das fontes e suas imagens na forma de uma montagem, à luz das reflexões sobre pensamento por imagens e montagem de Samain (2012), Bruno (2009) e Warburg (2010).