{"title":"Educação Matemática Queer: uma possibilidade dialética entre bases numéricas e concepções de gêneros","authors":"Matheus Centa de Lacerda, Maurício Rosa","doi":"10.37001/emr.v29i82.3432","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo investiga uma possível relação entre a educação matemática e concepções de gêneros, por meio de atividades envolvendo bases numéricas. Assim, a prática pedagógica que foi colocada em ação com estudantes de um 9º ano do ensino fundamental, visou, sob um viés queer, conscientizar sobre as identidades de gêneros (no plural) e sustentar, por meio da matemática, a luta da comunidade LGBTQIA+[1] em termos de resistência e equidade. Nossos resultados apontam para uma promoção, por parte das/des/dos estudantes, da conscientização sobre a dialética existente entre a diversidade de gêneros e as representações de bases numéricas. Logo, a pesquisa qualitativa desenvolvida indica que as identidades de gêneros, assim como, as sexualidades (ditas como assuntos provenientes das ciências humanas) e as possibilidades de constituir conhecimento matemático com as atividades sobre bases numéricas desenvolvidas estão dialeticamente ancoradas.\n \n[1] “[...] L = Lésbicas - São mulheres que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, outras mulheres. G= Gays - São homens que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, outros homens. B = Bissexuais - Diz respeito aos homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos gêneros masculino e feminino. T =Transexuais - A transexualidade não se relaciona com a orientação sexual, mas se refere à identidade de gênero. Dessa forma, corresponde às pessoas que não se identificam com o gênero atribuído em seu nascimento. As travestis também são incluídas neste grupo. Porém, apesar de se identificarem com a identidade feminina constituem um terceiro gênero. Q = Queer-Pessoas com o gênero 'Queer' são aquelas que transitam entre as noções de gênero, como é o caso das drag queens. A teoria queer defende que a orientação sexual e identidade de gênero não são resultado da funcionalidade biológica, mas de uma construção social. I = Intersexo - A pessoa intersexo está entre o feminino e o masculino. As suas combinações biológicas e desenvolvimento corporal - cromossomos, genitais, hormônios etc. - não se enquadram na norma binária (masculino ou feminino). Assexuais- Assexuais não sentem atração sexual por outras pessoas, independente do gênero. Existem diferentes níveis de assexualidade e é comum que estas pessoas não veem as relações sexuais humanas como prioridade. +, O + é utilizado para incluir outros grupos e variações de sexualidade e gênero. Aqui, são incluídos os pansexuais, por exemplo, que sentem atração por outras pessoas, independente do gênero” (SILVA,2020).","PeriodicalId":507570,"journal":{"name":"Educação Matemática em Revista","volume":"40 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-02-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Educação Matemática em Revista","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.37001/emr.v29i82.3432","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo investiga uma possível relação entre a educação matemática e concepções de gêneros, por meio de atividades envolvendo bases numéricas. Assim, a prática pedagógica que foi colocada em ação com estudantes de um 9º ano do ensino fundamental, visou, sob um viés queer, conscientizar sobre as identidades de gêneros (no plural) e sustentar, por meio da matemática, a luta da comunidade LGBTQIA+[1] em termos de resistência e equidade. Nossos resultados apontam para uma promoção, por parte das/des/dos estudantes, da conscientização sobre a dialética existente entre a diversidade de gêneros e as representações de bases numéricas. Logo, a pesquisa qualitativa desenvolvida indica que as identidades de gêneros, assim como, as sexualidades (ditas como assuntos provenientes das ciências humanas) e as possibilidades de constituir conhecimento matemático com as atividades sobre bases numéricas desenvolvidas estão dialeticamente ancoradas.
[1] “[...] L = Lésbicas - São mulheres que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, outras mulheres. G= Gays - São homens que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, outros homens. B = Bissexuais - Diz respeito aos homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos gêneros masculino e feminino. T =Transexuais - A transexualidade não se relaciona com a orientação sexual, mas se refere à identidade de gênero. Dessa forma, corresponde às pessoas que não se identificam com o gênero atribuído em seu nascimento. As travestis também são incluídas neste grupo. Porém, apesar de se identificarem com a identidade feminina constituem um terceiro gênero. Q = Queer-Pessoas com o gênero 'Queer' são aquelas que transitam entre as noções de gênero, como é o caso das drag queens. A teoria queer defende que a orientação sexual e identidade de gênero não são resultado da funcionalidade biológica, mas de uma construção social. I = Intersexo - A pessoa intersexo está entre o feminino e o masculino. As suas combinações biológicas e desenvolvimento corporal - cromossomos, genitais, hormônios etc. - não se enquadram na norma binária (masculino ou feminino). Assexuais- Assexuais não sentem atração sexual por outras pessoas, independente do gênero. Existem diferentes níveis de assexualidade e é comum que estas pessoas não veem as relações sexuais humanas como prioridade. +, O + é utilizado para incluir outros grupos e variações de sexualidade e gênero. Aqui, são incluídos os pansexuais, por exemplo, que sentem atração por outras pessoas, independente do gênero” (SILVA,2020).