{"title":"FLOREIO NA CAPOEIRA: ENCANTAMENTO E DESENCANTAMENTO","authors":"Lívia de Paula Machado Pasqua","doi":"10.33871/21750769.2021.13.3.4442","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Um dos maiores desafios para bailarinos-pesquisadores-intérpretes, ou estudiosos-jogadores, no caso específico da Capoeira, é a tradução de suas pesquisas sobre saberes corporais para o formato de um texto acadêmico. Tratar sobre o floreio da Capoeira está para além do gesto acrobático visível, implica em compreender a complexidade desse objeto de estudo, as trajetórias desse saber corporal bem como o seu lado sensível e intangível. Assim, este ensaio tem como objetivo demonstrar como pude jogar-dançar-lutar com a minha tese de doutorado intitulada \"Capoeira e diáspora africana: uma interpretação sobre os floreios\" e como floreei com a minha pesquisa capoeiristicamente. A partir de mensagens-texto escritos por uma personagem fictícia, a rainha Nzinga, diluídas na tese, foi possível alimentar o lado sensível desse objeto de estudo, por meio de encantamentos e desencantamentos ocorridos na trama, preparando a pessoa leitora para a compreensão do texto da pesquisa. Assim, mediante essa estratégia, foi possível refletir sobre o contexto da diáspora africana, a migração forçada de pessoas escravizadas, as armas necessárias para combater a opressão, a luta e a resistência, a complexidade de diferentes estéticas ancestrais presentes na gestualidade da Capoeira e a beleza e encanto expresso pelo floreio, pelo florear e pelo floreado.","PeriodicalId":517035,"journal":{"name":"O Mosaico","volume":"27 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"O Mosaico","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.33871/21750769.2021.13.3.4442","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Um dos maiores desafios para bailarinos-pesquisadores-intérpretes, ou estudiosos-jogadores, no caso específico da Capoeira, é a tradução de suas pesquisas sobre saberes corporais para o formato de um texto acadêmico. Tratar sobre o floreio da Capoeira está para além do gesto acrobático visível, implica em compreender a complexidade desse objeto de estudo, as trajetórias desse saber corporal bem como o seu lado sensível e intangível. Assim, este ensaio tem como objetivo demonstrar como pude jogar-dançar-lutar com a minha tese de doutorado intitulada "Capoeira e diáspora africana: uma interpretação sobre os floreios" e como floreei com a minha pesquisa capoeiristicamente. A partir de mensagens-texto escritos por uma personagem fictícia, a rainha Nzinga, diluídas na tese, foi possível alimentar o lado sensível desse objeto de estudo, por meio de encantamentos e desencantamentos ocorridos na trama, preparando a pessoa leitora para a compreensão do texto da pesquisa. Assim, mediante essa estratégia, foi possível refletir sobre o contexto da diáspora africana, a migração forçada de pessoas escravizadas, as armas necessárias para combater a opressão, a luta e a resistência, a complexidade de diferentes estéticas ancestrais presentes na gestualidade da Capoeira e a beleza e encanto expresso pelo floreio, pelo florear e pelo floreado.