Neemias Costa Duarte Neto, Marcos Antônio Barbosa Pacheco, Déborah Adriane Pinheiro Trindade, Flor de Maria Araújo Mendonça Silva, José Márcio Soares Leite, Marenilde Alves de Souza Melo, Francisca Bruna Arruda Aragão, Cristina Maria Douat Loyola
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Abstract
Os rituais funerários são considerados organizadores sociais e psíquicos para a vivência da despedida, e importantes para a elaboração do sentido para a perda e resolução do luto, e desse modo, necessitaram de alguma reconfiguração durante a pandemiaEste estudo tem por objetivo analisar a narrativa de familiares sobre o sepultamento na morte por COVID-19. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e analítica. A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2020 a julho de 2021 nos municípios maranheses: Imperatriz, Lago da Pedra, Zé Doca e São Luís. Para análise qualitativa dos dados, utilizou-se a análise temática de conteúdo proposto por Minayo e a Teoria das Representações Sociais abordado por Serge Moscovici. A amostra foi constituída por 13 entrevistados. Através da análise empírica dos dados percebe-se que o valor monetário do caixão é importante para a família, como registro externo, ou concreto, da importância do morto. A presença apenas de familiares é insuficiente para enterrar o morto, havendo necessidade de outras pessoas, ademais, não tocar no corpo morto produz sentimentos de dor e mágoa. Os rituais de separação sofreram transformações para se adaptar a esse novo cenário, não deixando de ser vivenciado para expressar e processar o luto. A rápida evolução clínica da doença não acompanha o tempo psíquico do familiar para processar a perda, gerando intenso sofrimento. Foi possível compreender as novas formas de vivencia do luto experienciado nesta pandemia, contribuindo para sistematizar a atuação de profissionais em saúde mental para melhor compreensão do sofrimento psíquico.