{"title":"A viagem de Juan: uma contribuição à análise do homo economicus a partir do olhar de um viajante inadaptado","authors":"Alexandre D’Avila de Almeida","doi":"10.5902/2236672586433","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Através de uma reflexão apoiada em dados etnográficos obtidos do relato de um artista de rua e viajante (aqui denominado Juan) em migração nos anos 2020 pelo sul do Estado do Espírito Santo, Brasil, procurou-se levantar alguns aspectos teóricos de relevância para análise de um modo de vida urbano moderno, notoriamente marcado nas sociedades ocidentais pelo consumo. Por meio de uma etnografia elaborada a partir de entrevistas não estruturadas realizadas em seu ambiente de trabalho e vida (principalmente o centro urbano de Cachoeiro de Itapemirim) e de correspondências eletrônicas demandando informações sobre sua situação durante a pandemia (quando, em quarentena, se estabeleceu na Serra do Caparaó no sul capixaba) Juan expõe sua cosmovisão. Ao tentar se posicionar voluntariamente fora da estrutura social no que tange a família, trabalho, religião, posição social e outras dimensões da existência, ele assume um lugar de fala externo ao padrão cultural de sua época. Seu olhar de outsider foi capaz de contribuir, em perspectiva, na objetivação de certas dimensões da experiência do Homo economicus, revelando o lado exótico deste modo de vida que nos é tão familiar.\n \nAbstract: Through a reflection based on ethnographic data obtained from the report of a street artist and traveler (here called Juan), migrating in the 2020s through the south of the State of Espírito Santo, Brazil, we sought to raise some theoretical aspects of relevance for analysis of a modern urban way of life, notoriously marked in Western societies by consumption. Through ethnography drawn from unstructured interviews carried out in their work and living environments (mainly the urban center of Cachoeiro de Itapemirim) and electronic correspondence demanding information about their situation during the pandemic (when, in quarantine, they established in Serra do Caparaó in the south of Espírito Santo) Juan reveals his worldview. By trying to voluntarily position himself outside the social structure in terms of family, work, religion, social position and other dimensions of existence, he assumes a place of speech outside the cultural standard of his time. His outsider's perspective was able to contribute, in perspective, to the objectification of certain dimensions of the experience of Homo economicus, revealing the exotic side of this way of life that is so familiar to us.\nKey words: homo economicus, traveler, anti structure, pandemic, ethnography.\n \nRésumé: À travers une réflexion basée sur des données ethnographiques obtenues à partir du récit d'un artiste de rue et voyageur (appelé ici Juan), migrant dans les années 2020 à travers le sud de l'État d'Espírito Santo, au Brésil, nous avons cherché à soulever certains aspects théoriques pertinents pour l'analyse. d'un mode de vie urbain moderne, notoirement marqué dans les sociétés occidentales par la consommation. À travers une ethnographie tirée d'entretiens non structurés réalisés dans leurs milieux de travail et de vie (principalement le centre urbain de Cachoeiro de Itapemirim) et une correspondance électronique exigeant des informations sur leur situation pendant la pandémie (lorsque, en quarantaine, ils se sont établis à Serra do Caparaó, dans le sud du pays). d'Espírito Santo) Juan révèle sa vision du monde. En essayant de se positionner volontairement en dehors de la structure sociale en termes de famille, de travail, de religion, de position sociale et d'autres dimensions de l'existence, il assume un lieu de parole en dehors des normes culturelles de son époque. Son regard extérieur a pu contribuer, en perspective, à l'objectivation de certaines dimensions de l'expérience d'Homo Economicus, révélant le côté exotique de ce mode de vie qui nous est si familier.\nMots-clés: Homo economicus, migration, anti structure, pandemie, etnographie.\n \nResumen: Por una reflexión basada en datos etnográficos obtenidos del relato de un artista callejero y viajero (aquí llamado Juan), que migra en la década de 2020 por el sur del Estado de Espírito Santo, Brasil, buscamos plantear algunos aspectos teóricos de relevancia para el análisis. de un modo de vida urbano moderno, notoriamente marcado, en las sociedades occidentales, por el consumismo. A través de una etnografía extraída de entrevistas no estructuradas realizadas en sus locales de trabajo y vida (en el centro urbano de Cachoeiro de Itapemirim) y correspondencia electrónica para información sobre su situación durante la pandemia (cuando, en cuarentena, se establecieron en la Serra do Caparaó en el sur de Espírito Santo) Juan revela su cosmovisión. Al tratar de posicionarse voluntariamente fuera de la estructura social en términos de familia, trabajo, religión, posición social y otras dimensiones de la existencia, asume un lugar de habla fuera del estándar cultural de su tiempo. Su mirada outsider pudo contribuir, en perspectiva, a la objetivación de ciertas dimensiones de la experiencia del Homo economicus, revelando el lado exótico de esta forma de vida que nos é tan familiar.\nPalabras clave: homo economicus, migración, antiestructura, pandemia, etnografia.","PeriodicalId":516627,"journal":{"name":"Século XXI – Revista de Ciências Sociais","volume":"20 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Século XXI – Revista de Ciências Sociais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5902/2236672586433","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Através de uma reflexão apoiada em dados etnográficos obtidos do relato de um artista de rua e viajante (aqui denominado Juan) em migração nos anos 2020 pelo sul do Estado do Espírito Santo, Brasil, procurou-se levantar alguns aspectos teóricos de relevância para análise de um modo de vida urbano moderno, notoriamente marcado nas sociedades ocidentais pelo consumo. Por meio de uma etnografia elaborada a partir de entrevistas não estruturadas realizadas em seu ambiente de trabalho e vida (principalmente o centro urbano de Cachoeiro de Itapemirim) e de correspondências eletrônicas demandando informações sobre sua situação durante a pandemia (quando, em quarentena, se estabeleceu na Serra do Caparaó no sul capixaba) Juan expõe sua cosmovisão. Ao tentar se posicionar voluntariamente fora da estrutura social no que tange a família, trabalho, religião, posição social e outras dimensões da existência, ele assume um lugar de fala externo ao padrão cultural de sua época. Seu olhar de outsider foi capaz de contribuir, em perspectiva, na objetivação de certas dimensões da experiência do Homo economicus, revelando o lado exótico deste modo de vida que nos é tão familiar.
Abstract: Through a reflection based on ethnographic data obtained from the report of a street artist and traveler (here called Juan), migrating in the 2020s through the south of the State of Espírito Santo, Brazil, we sought to raise some theoretical aspects of relevance for analysis of a modern urban way of life, notoriously marked in Western societies by consumption. Through ethnography drawn from unstructured interviews carried out in their work and living environments (mainly the urban center of Cachoeiro de Itapemirim) and electronic correspondence demanding information about their situation during the pandemic (when, in quarantine, they established in Serra do Caparaó in the south of Espírito Santo) Juan reveals his worldview. By trying to voluntarily position himself outside the social structure in terms of family, work, religion, social position and other dimensions of existence, he assumes a place of speech outside the cultural standard of his time. His outsider's perspective was able to contribute, in perspective, to the objectification of certain dimensions of the experience of Homo economicus, revealing the exotic side of this way of life that is so familiar to us.
Key words: homo economicus, traveler, anti structure, pandemic, ethnography.
Résumé: À travers une réflexion basée sur des données ethnographiques obtenues à partir du récit d'un artiste de rue et voyageur (appelé ici Juan), migrant dans les années 2020 à travers le sud de l'État d'Espírito Santo, au Brésil, nous avons cherché à soulever certains aspects théoriques pertinents pour l'analyse. d'un mode de vie urbain moderne, notoirement marqué dans les sociétés occidentales par la consommation. À travers une ethnographie tirée d'entretiens non structurés réalisés dans leurs milieux de travail et de vie (principalement le centre urbain de Cachoeiro de Itapemirim) et une correspondance électronique exigeant des informations sur leur situation pendant la pandémie (lorsque, en quarantaine, ils se sont établis à Serra do Caparaó, dans le sud du pays). d'Espírito Santo) Juan révèle sa vision du monde. En essayant de se positionner volontairement en dehors de la structure sociale en termes de famille, de travail, de religion, de position sociale et d'autres dimensions de l'existence, il assume un lieu de parole en dehors des normes culturelles de son époque. Son regard extérieur a pu contribuer, en perspective, à l'objectivation de certaines dimensions de l'expérience d'Homo Economicus, révélant le côté exotique de ce mode de vie qui nous est si familier.
Mots-clés: Homo economicus, migration, anti structure, pandemie, etnographie.
Resumen: Por una reflexión basada en datos etnográficos obtenidos del relato de un artista callejero y viajero (aquí llamado Juan), que migra en la década de 2020 por el sur del Estado de Espírito Santo, Brasil, buscamos plantear algunos aspectos teóricos de relevancia para el análisis. de un modo de vida urbano moderno, notoriamente marcado, en las sociedades occidentales, por el consumismo. A través de una etnografía extraída de entrevistas no estructuradas realizadas en sus locales de trabajo y vida (en el centro urbano de Cachoeiro de Itapemirim) y correspondencia electrónica para información sobre su situación durante la pandemia (cuando, en cuarentena, se establecieron en la Serra do Caparaó en el sur de Espírito Santo) Juan revela su cosmovisión. Al tratar de posicionarse voluntariamente fuera de la estructura social en términos de familia, trabajo, religión, posición social y otras dimensiones de la existencia, asume un lugar de habla fuera del estándar cultural de su tiempo. Su mirada outsider pudo contribuir, en perspectiva, a la objetivación de ciertas dimensiones de la experiencia del Homo economicus, revelando el lado exótico de esta forma de vida que nos é tan familiar.
Palabras clave: homo economicus, migración, antiestructura, pandemia, etnografia.