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Abstract
A hipótese de leitura aqui defendida é a de que o corpo, em estados liminares, do sujeito de enunciação pessoano, doado em sacrifício para que a escrita heteronímica originária se instaure, atua em um tipo de concepção literária em que a visão e o visto circulam num mesmo campo de imanência. O que produz uma visão-tato, em copresença, que incorpora o outro e o transmodela em clivagem de si, abrindo infinitas novas alteridades. Leitura que, por caminhos e naturezas diversas, aproxima, comparativamente, os processos de acoplagens de alteridades do xamã amazônico, baseado em alianças político-espirituais, da heterológica de Pessoa. Assim como entrevê, ainda, similaridades entre os espaços-tempos adentrados por ambos – o caos pré-cronológico pessoano e o passado absoluto xamânico – para que tais operações ocorram.