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Abstract
A Bacia do Araripe, localizada na fronteira entre os estados de Pernambuco, Piauí e Ceará, no Nordeste do Brasil, apresenta um modelo evolutivo clássico para a compreensão dos eventos de separação do Gondwana durante o Período Cretáceo. Além disso, a bacia também contém unidades de grande relevância paleontológica e econômica. A maior parte dos estudos geológicos e paleontológicos realizados na bacia concentrou-se na margem nordeste da mesma, enquanto o sul e o oeste ainda carecem de pesquisas. Este estudo testou a aplicação de gamaespectrometria e magnetometria para o mapeamento das unidades em um trecho da borda sul-sudeste da Bacia do Araripe. Em conjunto com dados obtidos em campo, foi possível identificar três unidades principais na região: os arenitos aluvionares da Formação Exu, os arenitos ricos em troncos fósseis da Formação Missão Velha e os folhelhos ricos em concreções calcárias fossilíferas da Formação Romualdo. Com o auxílio também de dados geofísicos, foi possível identificar e individualizar as formações Romualdo e Exu, e o contato da bacia com o embasamento. As anomalias observadas nos dados radiométricos foram utilizadas para mapear a unidade do tipo lagerstatten, apresentando um modelo replicável em outros contextos e bacias. Por fim, o levantamento geológico desses detalhes, evidenciou que a Formação Romualdo possui uma extensão ao sul superior à estimada em trabalhos anteriores, estendendo-se ao longo do sopé da chapada com orientação aproximadamente E-W.