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Abstract
O nordeste brasileiro foi marcado, historicamente, por algumas mazelas que o acompanham ao longo do tempo: desigualdade social e concentração de renda. Essa, em geral, associada à concentração de terras, cujo histórico de disputas, remontam à chegada dos europeus à região, tendo o êxodo rural como uma das características marcantes, “distribuindo” nordestinos para várias regiões do país. Este artigo trata da trajetória, campo/cidade, de filha de camponeses da Caatinga nordestina e os percalços porque passam àqueles que saem do rural para se integrar ao urbano, da negação das origens à reconstrução da identidade camponesa, perpassando pela educação, inclusive, graduação em Agronomia. A metodologia utilizada é relato de experiência com pesquisa bibliográfica e análise de proposta político pedagógico de curso “tradicional” das ciências agrárias e do mesmo curso do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, entendendo a importância da abordagem de como o ensino/educação, em uma sociedade desigual, trata o campesinato e como os campesinos que acessam o ensino podem se enxergar nesta realidade. Como resultado, é apresentado que a luta de classes e a correlação de forças estão se tornando cada vez mais complexas e podem levar estes trabalhadores, fruto do êxodo rural, a vários caminhos, entre eles, às periferias urbanas com perda de identidade, tornando-se assalariados. Também, poderá conduzi-los à resistência, recriando-se por meio de outras agriculturas que garantam a sua reprodução, organizando-se em movimentos sociais capazes de transformar seus espaços.