Alisson Luiz Diniz Silva, Rafael Alves de Souza, Pedro Augusto Barbosa Silva, Hélio Ranes de Menezes Filho
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Abstract
Introdução
A sífilis é uma infecção causada pelo Treponema pallidum. A principal forma de transmissão é por relações sexuais desprotegidas (sífilis adquirida), seguido pela transmissão vertical, que consiste na transmissão de uma mãe com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente para o feto (sífilis congênita), que pode causar aborto, parto prematuro, malformações e morte neonatal. Porém, quando há o diagnóstico e o tratamento adequado, há uma diminuição significativa dos riscos para o desenvolvimento de sífilis congênita.
Objetivo
Observar a notificação de casos de sífilis congênita e gestacional no Brasil para os anos de 2019 a 2022 e os desafios ainda enfrentados.
Metodologia
Revisão narrativa, foram selecionados trabalhos no portal da BVS, usando os descritores "sífilis" "congênita" "gestante", no período de 2019 a 2024. Além disso, foram utilizados dados do SINAN/DATASUS sobre a notificação de casos de sífilis gestacional e sífilis congênita no Brasil no período de 2019 a 2022.
Resultados
Em 2019 foram notificados 64.637 casos de sífilis gestacional, em 2022 o número foi de 83.034, sendo a incidência da sífilis gestacional de 32,4 caso para cada 1000 nascidos vivos (SN). Para sífilis congênita em 2019 foram notificados 25.386 casos e em 2022, 26.468 casos, sendo a incidência de 10,3 casos/1000 NV. Dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica indicam que em 2022, 60% das gestantes realizaram exames para HIV e sífilis, evidenciando que grande parte das gestantes ainda estão descobertas para o controle da infecção. Além disso, apenas 52% das gestantes iniciam o pré-natal até a 12ª semana e realizam as 6 consultas preconizadas. Um diagnostico tardio aumenta a chance de infecção da criança e a ineficácia do tratamento. O percentual de tratamento prescrito adequadamente para sífilis em gestantes foi de 82,6% em 2022. Associados a infecção congênita foram relatadas malformações do feto, alterações auditivas, oftalmológicas, ósseas, deficiência mental e morte.
Conclusões
A taxa de incidência de sífilis gestacional e congênita ainda é elevada no Brasil. Ainda é grande a porcentagem de gestantes que não testam para a infecção. O atraso ou a não realização do pré-natal contribuem para complicações e ineficácia do tratamento. São necessárias medidas que conscientizem as gestantes sobre a importância do pré-natal, os cuidados que necessitam ser tomados na gestação e que seja realizada a testagem durante o acompanhamento pré-natal.
期刊介绍:
The Brazilian Journal of Infectious Diseases is the official publication of the Brazilian Society of Infectious Diseases (SBI). It aims to publish relevant articles in the broadest sense on all aspects of microbiology, infectious diseases and immune response to infectious agents.
The BJID is a bimonthly publication and one of the most influential journals in its field in Brazil and Latin America with a high impact factor, since its inception it has garnered a growing share of the publishing market.