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Abstract
Ana Margarida de Carvalho é um dos nomes da ficção portuguesa contemporânea que mais se tem destacado, sendo galardoada com o Grande Prémio de Romance e Novela APE em 2013 e 2016 e com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco em 2017. Tomando como corpus privilegiado o seu primeiro romance, Que importa a fúria do mar (2019b), o presente trabalho tem o objetivo de analisar como a relação entre Literatura, História e Memória propõe um constante rigor crítico ao longo da narrativa. Partindo do apoio teórico-crítico de Didi-Huberman (2011; 2019), Walter Benjamin (2012), Márcio Seligmann-Silva (2022), Aleida Assmann (2011), além de outros teóricos e ensaístas, pretende-se refletir, principalmente, sobre os seguintes aspectos: como a ficção recupera, pelo discurso de Joaquim, uma galeria de memórias que foram silenciadas pela violência do Estado Novo português e como a experiência amorosa do personagem pode ser uma via de resistência contra a barbárie de um esquecimento imposto por tentativas de apagamento, promovendo uma outra forma de se compor e experienciar a memória cultural em nosso devir histórico-social.
安娜-玛格丽塔-德-卡瓦略是葡萄牙当代小说界最著名的作家之一,曾在2013年和2016年获得APE长篇小说和中篇小说大奖,2017年获得卡米洛-卡斯特略-布兰科短篇小说大奖。本文以她的第一部长篇小说《Que importa a fúria do mar》(2019b)为重要语料,旨在分析文学、历史和记忆之间的关系如何在整个叙事中提出了持续的批判性严谨性。借鉴迪迪-胡伯曼(Didi-Huberman,2011;2019)、瓦尔特-本雅明(Walter Benjamin,2012)、马尔西奥-塞利格曼-席尔瓦(Márcio Seligmann-Silva,2022)、阿莱达-阿斯曼(Aleida Assmann,2011)以及其他理论家和散文家的理论和批评支持,我们打算主要从以下几个方面进行反思:小说如何通过若阿金的话语,重拾被葡萄牙新国家暴力压制的记忆长廊,以及主人公的爱情经历如何成为抵制试图抹去的野蛮遗忘的一种手段,在我们的历史-社会变迁中促进另一种文化记忆的构成和体验方式。