Eduarda Raunheitti Giesteira, Sofia Leite Quintão, Davi Shunji Yahiro, Julia Sales, Joana Calvão Torres, Sandra Costa Fonseca, Laura da Cunha Ferreira
{"title":"COMPARAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE DENGUE NO RIO DE JANEIRO E NITERÓI, 2008 A 2023","authors":"Eduarda Raunheitti Giesteira, Sofia Leite Quintão, Davi Shunji Yahiro, Julia Sales, Joana Calvão Torres, Sandra Costa Fonseca, Laura da Cunha Ferreira","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104393","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"<div><div>Considerando o caráter hiperendêmico e epidêmico da dengue no Brasil, o presente estudo tem como objetivo comparar a incidência da arbovirose de 2008 a 2023 nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói. Exploramos fatores associados, buscando explicar o comportamento nas duas cidades. Estudo ecológico retrospectivo que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do IBGE e do Banco de Dados Meteorológicos do INMET. Foram analisados os casos de dengue de acordo com o ano de notificação e município de residência, de 2008 a 2023, no Rio de Janeiro e Niterói e foram calculadas as incidências por 100.000 habitantes. Foram analisados IDH e cobertura do saneamento básico e calculadas as precipitações mensal máxima, mínima e a média, na estação A652 do Forte de Copacabana no Rio de Janeiro e A627 em Niterói, de julho de 2018 a dezembro de 2023, pela limitação da estação meteorológica de Niterói. Em relação aos indicadores socioeconômicos, o Rio de Janeiro tem densidade demográfica, IDH e cobertura de saneamento básico de 5174,60 hab./km², 0,799, e 94,4%, respectivamente e, Niterói, 3601,67 hab./km² e 0,837 e 91,1%, respectivamente. As precipitações no Rio de Janeiro variaram de 0 mm a 396 mm, com uma média de 100 mm mensais. Em Niterói, a variação foi de 0mm a 332mm, com uma média de 89 mm mensais. O maior pico de incidência de dengue no Rio de Janeiro ocorreu em 2012, com 2.817,4 /100 mil habitantes. Em Niterói, o ano de maior incidência foi 2013, com 2.549,2/100 mil habitantes. A partir de 2019, Niterói assumiu incidência inferior a 100/100 mil habitantes e se manteve assim até o final do período analisado, inclusive durante a epidemia de 2023, quando o Rio de Janeiro contou com 704,3/100 mil habitantes, e Niterói com 65,4/100 mil habitantes. Desde 2015, Niterói faz parte da World Mosquito Program (WMP), iniciativa que explora a relação simbiótica entre a bactéria Wolbachia e o Aedes aegypti, reduzindo a capacidade do mosquito em transmitir a dengue. Em 2016, o projeto foi expandido para a cidade do Rio de Janeiro, no entanto, apenas para a Ilha do Governador. A diferença das incidências nas duas cidades, com indicadores socioeconômicos e ambientais comparáveis, a partir de 2021, sugere a efetividade da estratégia World Mosquito Program na prevenção da dengue em Niterói.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Dengue, Epidemiologia, Determinantes. <strong>Conflitos de interesse:</strong> Não houve conflito de interesse. <strong>Ética e financiamentos: Declarações de interesse:</strong> Nenhum.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104393"},"PeriodicalIF":3.0000,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","FirstCategoryId":"3","ListUrlMain":"https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867024006767","RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q2","JCRName":"INFECTIOUS DISEASES","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Considerando o caráter hiperendêmico e epidêmico da dengue no Brasil, o presente estudo tem como objetivo comparar a incidência da arbovirose de 2008 a 2023 nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói. Exploramos fatores associados, buscando explicar o comportamento nas duas cidades. Estudo ecológico retrospectivo que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do IBGE e do Banco de Dados Meteorológicos do INMET. Foram analisados os casos de dengue de acordo com o ano de notificação e município de residência, de 2008 a 2023, no Rio de Janeiro e Niterói e foram calculadas as incidências por 100.000 habitantes. Foram analisados IDH e cobertura do saneamento básico e calculadas as precipitações mensal máxima, mínima e a média, na estação A652 do Forte de Copacabana no Rio de Janeiro e A627 em Niterói, de julho de 2018 a dezembro de 2023, pela limitação da estação meteorológica de Niterói. Em relação aos indicadores socioeconômicos, o Rio de Janeiro tem densidade demográfica, IDH e cobertura de saneamento básico de 5174,60 hab./km², 0,799, e 94,4%, respectivamente e, Niterói, 3601,67 hab./km² e 0,837 e 91,1%, respectivamente. As precipitações no Rio de Janeiro variaram de 0 mm a 396 mm, com uma média de 100 mm mensais. Em Niterói, a variação foi de 0mm a 332mm, com uma média de 89 mm mensais. O maior pico de incidência de dengue no Rio de Janeiro ocorreu em 2012, com 2.817,4 /100 mil habitantes. Em Niterói, o ano de maior incidência foi 2013, com 2.549,2/100 mil habitantes. A partir de 2019, Niterói assumiu incidência inferior a 100/100 mil habitantes e se manteve assim até o final do período analisado, inclusive durante a epidemia de 2023, quando o Rio de Janeiro contou com 704,3/100 mil habitantes, e Niterói com 65,4/100 mil habitantes. Desde 2015, Niterói faz parte da World Mosquito Program (WMP), iniciativa que explora a relação simbiótica entre a bactéria Wolbachia e o Aedes aegypti, reduzindo a capacidade do mosquito em transmitir a dengue. Em 2016, o projeto foi expandido para a cidade do Rio de Janeiro, no entanto, apenas para a Ilha do Governador. A diferença das incidências nas duas cidades, com indicadores socioeconômicos e ambientais comparáveis, a partir de 2021, sugere a efetividade da estratégia World Mosquito Program na prevenção da dengue em Niterói.
Palavras-chave
Dengue, Epidemiologia, Determinantes. Conflitos de interesse: Não houve conflito de interesse. Ética e financiamentos: Declarações de interesse: Nenhum.
期刊介绍:
The Brazilian Journal of Infectious Diseases is the official publication of the Brazilian Society of Infectious Diseases (SBI). It aims to publish relevant articles in the broadest sense on all aspects of microbiology, infectious diseases and immune response to infectious agents.
The BJID is a bimonthly publication and one of the most influential journals in its field in Brazil and Latin America with a high impact factor, since its inception it has garnered a growing share of the publishing market.