Gabriela Izabel de Alvarenga, Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly
{"title":"Experiências Organizacionais de Resistência ao Processo de Empresariamento Urbano: O Caso da Comunidade Vila Autódromo","authors":"Gabriela Izabel de Alvarenga, Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly","doi":"10.5020/2318-0722.2021.27.2.10210","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de 2016, acirrou-se no Rio de Janeiro o processo de “empresariamento urbano” (HARVEY, 1996), tendo como uma das consequências o aumento do número absoluto de remoções urbanas (BETIM, 2015). A Vila Autódromo foi uma das comunidades ameaçadas de remoção, porém com ações de oposição a esse processo criaram-se obstáculos significativos aos objetivos traçados pelo poder público, no que diz respeito a essa política, dando notoriedade a tal comunidade. Assim, objetiva-se analisar como movimentos de resistência, por parte de diferentes atores sociais, podem ocorrer em contraposição a fenômenos como o do empresariamento urbano, tendo como pano de fundo o caso da Vila Autódromo. Para alcançar este objetivo, realizou-se um estudo qualitativo por meio da coleta de entrevistas individuais, observações participantes e pesquisa documental. Assim, os dados apontaram que a luta envolveu ações de resistência dos próprios moradores e de outros diferentes aliados, a partir de uma organização plural na comunidade. A Vila Autódromo demonstrou ser o que Parker, Fournier e Reedy (2012) classificam como uma experiência de um modo alternativo de organizar a sociedade, algo para além das leis econômicas inexoráveis que dominam a maior parte do planeta. Assim, concluiu-se, portanto, que as ações de oposição foram parte do organizar construído na Vila Autódromo e a materialização da resistência na comunidade.","PeriodicalId":41710,"journal":{"name":"Revista Ciencias Administrativas","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2021-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Ciencias Administrativas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5020/2318-0722.2021.27.2.10210","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"MANAGEMENT","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de 2016, acirrou-se no Rio de Janeiro o processo de “empresariamento urbano” (HARVEY, 1996), tendo como uma das consequências o aumento do número absoluto de remoções urbanas (BETIM, 2015). A Vila Autódromo foi uma das comunidades ameaçadas de remoção, porém com ações de oposição a esse processo criaram-se obstáculos significativos aos objetivos traçados pelo poder público, no que diz respeito a essa política, dando notoriedade a tal comunidade. Assim, objetiva-se analisar como movimentos de resistência, por parte de diferentes atores sociais, podem ocorrer em contraposição a fenômenos como o do empresariamento urbano, tendo como pano de fundo o caso da Vila Autódromo. Para alcançar este objetivo, realizou-se um estudo qualitativo por meio da coleta de entrevistas individuais, observações participantes e pesquisa documental. Assim, os dados apontaram que a luta envolveu ações de resistência dos próprios moradores e de outros diferentes aliados, a partir de uma organização plural na comunidade. A Vila Autódromo demonstrou ser o que Parker, Fournier e Reedy (2012) classificam como uma experiência de um modo alternativo de organizar a sociedade, algo para além das leis econômicas inexoráveis que dominam a maior parte do planeta. Assim, concluiu-se, portanto, que as ações de oposição foram parte do organizar construído na Vila Autódromo e a materialização da resistência na comunidade.