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Abstract
O artigo apresenta uma reflexão sobre a necessidade de se pensar um modelo cultural anti- e decolonial. Para tanto ele se estrutura a partir de uma reflexão sobre a tradução e mais especificamente a partir de um modelo que o autor propõe tratar como sendo de tradução Disothering/desoutrizadora. A partir da dicotomia epistemológica e existencial entre os polos do eu-outro, o autor afirma que na cultura colonial o outrificado perde a possibilidade de ser e de ter um eu. A colonialidade só pode ser entendida no contexto econômico e da violência dominadora que se reproduz em termos de violência contra outras etnias não metropolitanas e contra o que é sentido como ameaça ao falocentrismo. A tradução Disothering, ou seja, a prática cultural pensada como desoutrizadora, visa reverter esse processo violento de anulação e aniquilação do outro, criando uma ética inclusiva e autenticamente dialógica, decolonial, não especista, não falocêntrica e não antropocêntrica.