{"title":"A tessitura do espectro","authors":"Ricardo Duarte Filho","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52839","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nesse ensaio, analiso como a obra Assentamento, de Rosana Paulino, trabalha com imagens de arquivo diretamente ligadas à escravidão de maneira a questionar uma lógica visual calcada em processos de racialização. Ao intervir nesse arquivo através de seu uso magistral de técnicas de colagem e costura, Paulino ressalta a continuidade desse passado através da ligação das teses eugênicas das fotografias originais com o nosso presente necropolítico. Também investigo a história das fotografias eugênicas e a representação imagética de corpos pretos na história brasileira para então discutir como a obra de Paulino almeja dobrar o olhar colonial sobre si. Argumento, enfim, que Assentamentonão nega a precariedade do corpo retratado na fotografia de arquivo usada pela obra, mas que, a partir de suas colagens e costuras, ilustra a possibilidade de evasão de códigos visuais racializantes.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Contracampo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52839","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Nesse ensaio, analiso como a obra Assentamento, de Rosana Paulino, trabalha com imagens de arquivo diretamente ligadas à escravidão de maneira a questionar uma lógica visual calcada em processos de racialização. Ao intervir nesse arquivo através de seu uso magistral de técnicas de colagem e costura, Paulino ressalta a continuidade desse passado através da ligação das teses eugênicas das fotografias originais com o nosso presente necropolítico. Também investigo a história das fotografias eugênicas e a representação imagética de corpos pretos na história brasileira para então discutir como a obra de Paulino almeja dobrar o olhar colonial sobre si. Argumento, enfim, que Assentamentonão nega a precariedade do corpo retratado na fotografia de arquivo usada pela obra, mas que, a partir de suas colagens e costuras, ilustra a possibilidade de evasão de códigos visuais racializantes.