Barreiras e facilitadores para o encaminhamento de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica à reabilitação pulmonar e indicação à prática de atividade física: um estudo qualitativo
Laura Bianca Dorásio da Silva, Hugo Henrique De Oliveira, Luis Henrique Gomes Neves, Isabella da Silva Teixeira, Laura Alves Cabral, Cristino Oliveira
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Abstract
Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) possui alta prevalência e gera altos custos aos sistemas de saúde. A reabilitação pulmonar (RP) é uma intervenção não-farmacológica que gera benefícios clínicos para os pacientes e economia de gastos para o sistema devido a redução do número de exacerbações da doença e internações hospitalares. Embora fortemente recomendada, a RP tem sido subutilizada havendo um baixo índice de indicações. Objetivo: Identificar as barreiras e os facilitadores para o encaminhamento de pacientes com DPOC à RP e à prática de atividade física. Métodos: Estudo qualitativo, realizado com médicos atuantes na atenção primária à saúde (APS) e uso de entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram gravadas e transcritas literalmente e submetidas a análise de conteúdo. Itens identificados nos discursos e relacionados ao encaminhamento de pacientes com DPOC à RP e à prática de atividade física foram classificados como barreiras ou facilitadores. Tal classificação se baseou entre os quatorze domínios da Theoretical Domains Framework (TDF) e suas definições para identificar determinantes de comportamento entre os participantes relevantes para a mudança na prática clínica. Resultados: Setecentos e cinquenta e seis itens foram identificados nos discursos de vinte e um participantes e classificados como sendo barreiras (n= 279, 37%) ou facilitadores (n= 477, 63%) relacionados principalmente aos domínios da TDF de "Conhecimento" (n= 245, 32%), "Contexto e recursos ambientais" (n= 124, 16%) e "Papel e identidade social/profissional" (n= 107, 14%). Conclusão: As principais barreiras identificadas foram relacionadas aos programas de RP devido ao conhecimento restrito dos profissionais médicos sobre programas de RP, a disponibilidade reduzida de locais que oferecem estes programas e as dificuldades de acesso dos pacientes à RP. Os principais facilitadores identificados foram relacionados a orientação e o conhecimento pelos médicos sobre os benefícios da atividade física e presença dos grupos de exercícios fornecidos na APS.