{"title":"Historiografia e historicidade de mulheres que vivenciaram o parto vaginal: contribuições para a enfermagem obstétrica","authors":"Elayne Arantes Elias, Dayanne Teresinha Granetto Cardoso Floriani, Letycia Sardinha Peixoto Manhães, Viviam Lombardi Ferreira, Matheus Alves Ribeiro, Lauanna Malafaia da Silva, Tarcísio Manhães Souza","doi":"10.34019/1982-8047.2022.v48.37786","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Visando a saúde das mulheres e a redução da morbimortalidade, o Brasil vem revisando o modelo de atenção ao parto e implementando ações para incentivar o parto vaginal. O estudo se justifica pela necessidade do direito das gestantes ao pré-natal e ao parto, de forma digna e respeitosa, livre de violência obstétrica, com cuidados equitativos e cumprimento do tempo de licença maternidade. Objetivo: Descrever a historiografia e a historicidade da mulher no parto vaginal e na maternidade e identificar a assistência recebida. Métodos: Pesquisa qualitativa fenomenológica heideggeriana realizada com 14 mulheres que passaram pelo parto vaginal entre setembro de 2018 e abril de 2019. A coleta de dados respeitou os princípios éticos e utilizou a entrevista aberta audiogravada, para a abertura do desvelamento do fenômeno da historiografia e da historicidade, que deram seguimento para a etapa analítica, também chamada de compreensão vaga e mediana em estudos fenomenológicos, confrontando os achados com a literatura. Resultados: A idade das 14 participantes variou entre 22 e 41 anos. O parto vaginal foi decidido pela maioria e 7 depoentes afirmaram não terem tido informação acerca dele. A maioria também se preocupou se haveria lesão vaginal e como seria o sexo após o parto, mas com relatos de ter voltado ao normal. Muitas não receberam informações sobre a vida sexual após o parto e buscaram se informar. Nenhuma delas se arrependeu de ter passado pelo parto vaginal. A minoria contou que fez o planejamento da gravidez. Conclusão: A vivência desse parto foi positiva, protagonizando a mulher e a fisiologia, porém há fragilidade na atuação do enfermeiro na consulta pré-natal e puerperal e no planejamento reprodutivo, bem como a invisibilidade na assistência ao parto. Uma abordagem completa inclui informações e assistência de enfermagem obstétrica de qualidade e humanizada, como preconizado nas políticas públicas de saúde.","PeriodicalId":34488,"journal":{"name":"HU Revista","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"HU Revista","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34019/1982-8047.2022.v48.37786","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Visando a saúde das mulheres e a redução da morbimortalidade, o Brasil vem revisando o modelo de atenção ao parto e implementando ações para incentivar o parto vaginal. O estudo se justifica pela necessidade do direito das gestantes ao pré-natal e ao parto, de forma digna e respeitosa, livre de violência obstétrica, com cuidados equitativos e cumprimento do tempo de licença maternidade. Objetivo: Descrever a historiografia e a historicidade da mulher no parto vaginal e na maternidade e identificar a assistência recebida. Métodos: Pesquisa qualitativa fenomenológica heideggeriana realizada com 14 mulheres que passaram pelo parto vaginal entre setembro de 2018 e abril de 2019. A coleta de dados respeitou os princípios éticos e utilizou a entrevista aberta audiogravada, para a abertura do desvelamento do fenômeno da historiografia e da historicidade, que deram seguimento para a etapa analítica, também chamada de compreensão vaga e mediana em estudos fenomenológicos, confrontando os achados com a literatura. Resultados: A idade das 14 participantes variou entre 22 e 41 anos. O parto vaginal foi decidido pela maioria e 7 depoentes afirmaram não terem tido informação acerca dele. A maioria também se preocupou se haveria lesão vaginal e como seria o sexo após o parto, mas com relatos de ter voltado ao normal. Muitas não receberam informações sobre a vida sexual após o parto e buscaram se informar. Nenhuma delas se arrependeu de ter passado pelo parto vaginal. A minoria contou que fez o planejamento da gravidez. Conclusão: A vivência desse parto foi positiva, protagonizando a mulher e a fisiologia, porém há fragilidade na atuação do enfermeiro na consulta pré-natal e puerperal e no planejamento reprodutivo, bem como a invisibilidade na assistência ao parto. Uma abordagem completa inclui informações e assistência de enfermagem obstétrica de qualidade e humanizada, como preconizado nas políticas públicas de saúde.