{"title":"Usos linguísticos de um grupo de lésbicas e gays: questões de identidade e estilo discutidas em entrevista dirigida","authors":"Ana Cláudia Oliveira Ribeiro","doi":"10.5007/1984-8420.2021e76829","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo busca investigar as percepções dos sujeitos de pesquisa acerca da(s) possível(is) identidade(s) lésbica(s) e gay(s), da fala como marcador dessa(s) identidade(s), e quais seriam os usos linguísticos associados a lésbicas/gays. O corpus constitui-se de quatro entrevistas realizadas em duplas com total de oito sujeitos (quatro mulheres autodeclaradas lésbicas e quatro homens autodeclarados gays). Para geração e análise desses usos, propõem-se um instrumental metodológico para o corpus de análise, considerando: interação, intimidade e informalidade. Estudos variacionistas de terceira onda (ECKERT, 2012, 2016) instauram-se na pós-modernidade – marcada pela fluidez dos sujeitos (RAMPTON, 2006) – e apresentam um redimensionamento, pois a) o significado social das variáveis é priorizado, sujeitos e suas práticas discursivas são o locus de análise; b) inverte-se a perspectiva da variação refletindo o lugar social para variação como recurso constitutivo de significado social; c) metodologias emergem das práticas estilísticas em que os sujeitos se envolvem. Assim, as metodologias não devem ser tomadas como fixas e não devem ser apenas replicadas sem considerar a multiplicidade dos sujeitos e das singularidades das pesquisas. Observou-se: i) os sujeitos de pesquisa acreditam que não há apenas uma identidade relacionada a lésbicas/gays; ii) a maioria apontou que se sentem confortáveis para demonstrar sua(s) identidade(s) com sujeitos LGBT ou pessoas íntimas e em lugares conhecidos; iii) todos consideram que a fala pode funcionar como um marcador de estilo e identidade(s) lésbica(s)/gay(s); iv) todos os sujeitos concordam que existem usos linguísticos característicos de lésbicas/gays.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Working Papers em Linguistica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021e76829","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo busca investigar as percepções dos sujeitos de pesquisa acerca da(s) possível(is) identidade(s) lésbica(s) e gay(s), da fala como marcador dessa(s) identidade(s), e quais seriam os usos linguísticos associados a lésbicas/gays. O corpus constitui-se de quatro entrevistas realizadas em duplas com total de oito sujeitos (quatro mulheres autodeclaradas lésbicas e quatro homens autodeclarados gays). Para geração e análise desses usos, propõem-se um instrumental metodológico para o corpus de análise, considerando: interação, intimidade e informalidade. Estudos variacionistas de terceira onda (ECKERT, 2012, 2016) instauram-se na pós-modernidade – marcada pela fluidez dos sujeitos (RAMPTON, 2006) – e apresentam um redimensionamento, pois a) o significado social das variáveis é priorizado, sujeitos e suas práticas discursivas são o locus de análise; b) inverte-se a perspectiva da variação refletindo o lugar social para variação como recurso constitutivo de significado social; c) metodologias emergem das práticas estilísticas em que os sujeitos se envolvem. Assim, as metodologias não devem ser tomadas como fixas e não devem ser apenas replicadas sem considerar a multiplicidade dos sujeitos e das singularidades das pesquisas. Observou-se: i) os sujeitos de pesquisa acreditam que não há apenas uma identidade relacionada a lésbicas/gays; ii) a maioria apontou que se sentem confortáveis para demonstrar sua(s) identidade(s) com sujeitos LGBT ou pessoas íntimas e em lugares conhecidos; iii) todos consideram que a fala pode funcionar como um marcador de estilo e identidade(s) lésbica(s)/gay(s); iv) todos os sujeitos concordam que existem usos linguísticos característicos de lésbicas/gays.