Ensino de sociologia em cursos universitários de formação profissional: os casos de terapeutas da fala e de conselheiros pedagógicos

Abstract

No contexto atual da universitarização da formação profissional, a sociologia é uma das disciplinas cada vez mais incluídas nos diplomas universitários com o objetivo explícito de preparar os estudantes para uma profissão. Com base em uma recente experiência de ensino no primeiro ano de bacharelado em fonoaudiologia e terapia da linguagem e um mestrado em ensino, educação e treinamento (MEEF), com especialização em supervisão educacional, este artigo considera o lugar da sociologia nos programas de treinamento que estão sujeitos às estruturas nacionais.  Vale salientar que a especificidade dos perfis sociais e educacionais dos alunos matriculados nestes dois cursos, assim como a concepção que cada um deles propõe da sociologia. Sublinho então, com base nas reações e feedbacks de alguns estudantes, que a legitimidade da sociologia em cada um dos dois cursos é definida na forma em que o conhecimento teórico é articulado com a questão do "campo" (campo da investigação, mas também campo da prática profissional). Finalmente, mostro como o princípio Durkheimiano de romper com preconceitos é indispensável tanto para alunos quanto para professores.AbstractIn the current context of universitarization of professional training, sociology is increasingly solicited in university courses whose explicit purpose is to prepare students to work in a specific occupation or profession. Based on my recent teaching experience in the first year of studies in speech-therapy and the Master’s programme for senior school counsellors, this paper studies the place of sociology in such courses with a national framework. Firstly, I study the students’ social and Educational profiles in both courses and the conceptions of sociology. Secondly, I show – based on students’ reactions – that the legitimacy of sociology in each course is defined in the articulation between theoretical knowledge and field-practice and field-work. Finally, I show the necessity of the durkheimian principle of discarding preconceptions, both for the students and for the sociology teacher.