"Teu nome que é meu inimigo"

IF 0.1 0 LANGUAGE & LINGUISTICS Cadernos de Estudos Linguisticos Pub Date : 2022-08-15 DOI:10.20396/cel.v64i00.8664592
Joyce Mattos
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Abstract

Inscrevendo-nos em uma semântica enunciativa materialista, tendo em conta princípios da Análise de Discurso (AD) francesa, neste artigo contrastamos os sentidos de nome enunciados por uma personagem de Romeu e Julieta (1597), de Shakespeare, com a conceitualização de nome proposta por Guimarães (2002). A fim de apreender o funcionamento do nome próprio de pessoa dentro do mundo da peça, mobilizamos pressupostos materialistas sobre enunciação e sentido conforme desenvolvidos por Pêcheux ([1975] 1995), Guimarães (1989) e Orlandi (1990, [1999] 2007). Para além, buscamos pensar a nomeação em seu caráter político de partilha do sensível, na elaboração de Rancière (2000), cuja teoria em certa medida comparte, com a Semântica do Acontecimento de Guimarães, dos mesmos pressupostos materialistas sobre enunciação e sentido. O objetivo foi, a partir da combinação de tais formulações teóricas, ponderar a pergunta e a afirmação postas nos versos: “Que há num nome? Aquilo a que chamamos rosa / Teria o mesmo perfume se chamada por qualquer outro nome” – estes são dizeres da personagem Julieta, que quer o nome da personagem Romeu um rótulo vazio. Concluímos que, de um ponto de vista materialista histórico, o nome muda, sim, a rosa, já que Romeu, tendo sido nomeado Romeu (seu nome) e designado um Montéquio (seu sobrenome) ao nascer, se constituiria, inevitavelmente, parte de uma história hostil como membro de uma família inimiga à de Julieta (designada uma Capuleto). Não obstante a paixão que entorpece o olhar dos amantes, o político e a relação de confronto persistem, e o comum partilhado no sensível entre todos aqueles que participam da contenda entre as famílias tem implicações não só na esfera da intimidade dos dois jovens apaixonados, como também no âmbito da Verona shakespeariana, cidade em que se passa a peça.
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"你的名字是我的敌人"
本文采用唯物主义的发音语义学,结合法语语篇分析的原则,将莎士比亚的《罗密欧与朱丽叶》(1597)中的一个人物所表达的名字的意义与guimaraes(2002)提出的名字概念化进行了对比。为了理解pessoa的名字在戏剧世界中的作用,我们调动了pecheux([1975] 1995)、guimaraes(1989)和Orlandi(1990,[1999] 2007)提出的关于发音和意义的唯物主义假设。此外,在ranciere(2000)的阐述中,我们试图从其情感分享的政治特征来思考命名,其理论在某种程度上与guimaraes事件的语义相同,关于表达和意义的唯物主义假设。目的是,结合这些理论公式,思考诗句中提出的问题和陈述:“名字有什么?”我们所说的玫瑰/如果用其他名字来称呼它,它的香味也会是一样的”——这是对朱丽叶这个角色的评价,她希望罗密欧这个角色的名字成为一个空标签。我们得出结论,历史唯物主义的观点来看,改变名字,玫瑰,罗密欧,你被任命为罗密欧(他的名字),指定一个太古(姓)出生,如果将不可避免地充满敌意的故事的一部分,就像一个敌对的家庭成员在朱丽叶的凯普莱特(一个)。尽管恋人的能麻木的表情,迷恋的政客和冲突关系的存在,和所有那些参与之间的共享在敏感的众多家庭之间有空间不仅影响亲密关系的两个年轻人相爱了,就像莎士比亚的也在维罗纳,城市发生了什么戏。
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