{"title":"Evolução da ciência do bem-estar animal: Uma breve revisão sobre aspectos conceituais e metodológicos","authors":"M. C. Ceballos, A. C. Sant'Anna","doi":"10.7213/1981-4178.2018.161103","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"crescente valorização do bem-estar dos animais pela sociedade produz implicações nos mais diversos âmbitos onde estes estejam de alguma maneira envolvidos, gerando reflexos econômicos, culturais, legais e científicos. Na presente revisão faremos um breve histórico da bordagem científica do bem-estar animal, destacando os principais referenciais teóricos que embasaram esta ciência ao longo das últimas décadas. Em seguida, trataremos da estreita associação entre a etologia aplicada e o bem-estar animal por meio da apresentação dos principais indicadores comportamentais de bem-estar. O estudo do comportamento animal tem sido uma ferramenta útil e vastamente empregada para a avaliação do bem-estar, com um importante aperfeiçoamento metodológico ao longo do tempo. Inicialmente, a avaliação do bem-estar tinha como principal foco quantificar o atendimento de necessidades básicas relacionadas, principalmente, à disponibilidade de recursos e componentes físicos do ambiente (e.g., alimento, água, espaço, conforto térmico, coespecíficos familiares). Com a maior valorização das motivações dos animais para acessar tais elementos essenciais, passou-se a buscar parâmetros que evidenciassem o sofrimento quando do não atendimento de suas necessidades comportamentais. Os estados mentais e emoções se tornam, a partir de então, uma parte fundamental da avaliação do bem-estar animal. Mais recentemente, a relação entre cognição e emoções vem sendo explorada a fim de permitir que estados mentais sejam objetivamente acessados. Vários desafios estão associados ao desenvolvimento de indicadores de bem-estar positivo, já que a qualidade de vida dos animais não é mais caracterizada pela evitação de experiências negativas, mas também pela oportunidade de vivenciar experiências positivas. ","PeriodicalId":36041,"journal":{"name":"Revista Academica Ciencia Animal","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"7","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Academica Ciencia Animal","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.7213/1981-4178.2018.161103","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Veterinary","Score":null,"Total":0}
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Abstract
crescente valorização do bem-estar dos animais pela sociedade produz implicações nos mais diversos âmbitos onde estes estejam de alguma maneira envolvidos, gerando reflexos econômicos, culturais, legais e científicos. Na presente revisão faremos um breve histórico da bordagem científica do bem-estar animal, destacando os principais referenciais teóricos que embasaram esta ciência ao longo das últimas décadas. Em seguida, trataremos da estreita associação entre a etologia aplicada e o bem-estar animal por meio da apresentação dos principais indicadores comportamentais de bem-estar. O estudo do comportamento animal tem sido uma ferramenta útil e vastamente empregada para a avaliação do bem-estar, com um importante aperfeiçoamento metodológico ao longo do tempo. Inicialmente, a avaliação do bem-estar tinha como principal foco quantificar o atendimento de necessidades básicas relacionadas, principalmente, à disponibilidade de recursos e componentes físicos do ambiente (e.g., alimento, água, espaço, conforto térmico, coespecíficos familiares). Com a maior valorização das motivações dos animais para acessar tais elementos essenciais, passou-se a buscar parâmetros que evidenciassem o sofrimento quando do não atendimento de suas necessidades comportamentais. Os estados mentais e emoções se tornam, a partir de então, uma parte fundamental da avaliação do bem-estar animal. Mais recentemente, a relação entre cognição e emoções vem sendo explorada a fim de permitir que estados mentais sejam objetivamente acessados. Vários desafios estão associados ao desenvolvimento de indicadores de bem-estar positivo, já que a qualidade de vida dos animais não é mais caracterizada pela evitação de experiências negativas, mas também pela oportunidade de vivenciar experiências positivas.