{"title":"O “quem das coisas”: agência e ontologia da paisagem em Guimarães Rosa / The “Who of Things”: Agency and Landscape Ontology in Guimarães Rosa","authors":"Gabriel Túlio de Oliveira Barbosa","doi":"10.17851/2358-9787.31.1.82-99","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo: Este artigo discorre sobre alguns dos aspectos referentes aos entrelaçamentos entre literatura e espaço e/ou texto e paisagem na obra de João Guimarães Rosa. A chave analítica que empreendemos visa compreender como as formas de escrita rosiana são mobilizadas para deslocar a perspectiva ficcional, escolhendo ver e escutar o mundo a partir de outros pontos de vista, humanos e não-humanos. Propõe-se, assim, apreender e discutir as maneiras como os perfis orográficos de serras, morros e cavernas organizam de forma particular as ações ficcionais e a composição narrativa em “O recado do morro”, enquanto elemento central para o deslanche do enredo e de seus personagens. Em um segundo momento, como digressão final e complementar às questões levantadas, evidencia-se ainda as correspondências entre os afloramentos minerais da Serra do Espinhaço e os “segredos” de Diadorim em Grande sertão: veredas. Palavras-chave: Guimarães Rosa; espaço e literatura; ficção; geografia; ontologia da paisagem. Abstract: This article discusses some of the aspects related to the connections between literature and space and/or text and landscape in João Guimarães Rosa’s work. The analytical key we undertake aims to understand how Rosa’s writing is mobilized to shift the fictional perspective, prioritizing seeing and hearing the world from other points of view, that are human or non-human. It is proposed, therefore, to apprehend and discuss the ways in which the orographic shape of mountains, hills and caves organizes in a particular way the fictional actions and the narrative composition in “O recado do morro”, as a central element for the development of the storyline and its characters. In a second moment, as a final and complementary digression to the debated issues, the correspondences between the Serra do Espinhaço’s mineral outcrops and the “secrets” of Diadorim in Grande sertão: veredas are also highlighted. Keywords: Guimarães Rosa; space and literature; fiction; geography; landscape ontology.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-06-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.1.82-99","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE, ROMANCE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo: Este artigo discorre sobre alguns dos aspectos referentes aos entrelaçamentos entre literatura e espaço e/ou texto e paisagem na obra de João Guimarães Rosa. A chave analítica que empreendemos visa compreender como as formas de escrita rosiana são mobilizadas para deslocar a perspectiva ficcional, escolhendo ver e escutar o mundo a partir de outros pontos de vista, humanos e não-humanos. Propõe-se, assim, apreender e discutir as maneiras como os perfis orográficos de serras, morros e cavernas organizam de forma particular as ações ficcionais e a composição narrativa em “O recado do morro”, enquanto elemento central para o deslanche do enredo e de seus personagens. Em um segundo momento, como digressão final e complementar às questões levantadas, evidencia-se ainda as correspondências entre os afloramentos minerais da Serra do Espinhaço e os “segredos” de Diadorim em Grande sertão: veredas. Palavras-chave: Guimarães Rosa; espaço e literatura; ficção; geografia; ontologia da paisagem. Abstract: This article discusses some of the aspects related to the connections between literature and space and/or text and landscape in João Guimarães Rosa’s work. The analytical key we undertake aims to understand how Rosa’s writing is mobilized to shift the fictional perspective, prioritizing seeing and hearing the world from other points of view, that are human or non-human. It is proposed, therefore, to apprehend and discuss the ways in which the orographic shape of mountains, hills and caves organizes in a particular way the fictional actions and the narrative composition in “O recado do morro”, as a central element for the development of the storyline and its characters. In a second moment, as a final and complementary digression to the debated issues, the correspondences between the Serra do Espinhaço’s mineral outcrops and the “secrets” of Diadorim in Grande sertão: veredas are also highlighted. Keywords: Guimarães Rosa; space and literature; fiction; geography; landscape ontology.