RAZÃO RELIGIOSA E AFETO SECULAR – UM COMENTÁRIO FEMINISTA

Fabiana Maizza
{"title":"RAZÃO RELIGIOSA E AFETO SECULAR – UM COMENTÁRIO FEMINISTA","authors":"Fabiana Maizza","doi":"10.22456/1982-8136.99735","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo de Saba Mahmood “Razão religiosa e afeto secular” possui um ponto central que sustenta, de forma direta ou indireta, todos os outros argumentos da autora. A ideia de que para os sujeitos não-seculares — aqueles a que a autora se refere como sujeitos da razão religiosa — o que chamamos de religião se inscreve em suas falas, seus trejeitos, seu andar, seus corpos, seus seres, seus cotidianos, suas vidas... Ou seja, está longe de ser algo do domínio da representação, da escolha ou do exterior do ser. Esta segunda visão da religião em que algo exterior e fora do sujeito é reflexo, como argumenta a autora (baseando-se em autores como Webb Keane, entre outros/ as), da criação do estado moderno, pautado em termos jurídicos, em leis e direitos, é algo que foi proporcionado pelo expansivo papel do cristianismo protestante em sua invenção. O conceito moderno de religião teria nascido da globalização do cristianismo protestante a partir do movimento missionário colonial, que fornece uma ideologia semiótica em que “ser moderno” subentende ser capaz de separar objeto e sujeito, significante e significado, forma e essência. Em outras palavras, o “Estado de direito” contemporâneo, pelo qual se reivindicam “o direito de expressão”, “a liberdade de expressão”, entre outras exigências em nome da “liberdade”, é um Estado compatível com — pois, formado por — uma única leitura possível do que possa ser religião: algo que transcende o sujeito. Porém, no mundo da razão religiosa o Profeta Maomé não é apenas um símbolo religioso, mas sim uma maneira de estar no mundo: uma imanência, uma virtude, um afeto. É nesta aparente","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":"2 1","pages":"111-117"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Debates do NER","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.99735","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0

Abstract

O artigo de Saba Mahmood “Razão religiosa e afeto secular” possui um ponto central que sustenta, de forma direta ou indireta, todos os outros argumentos da autora. A ideia de que para os sujeitos não-seculares — aqueles a que a autora se refere como sujeitos da razão religiosa — o que chamamos de religião se inscreve em suas falas, seus trejeitos, seu andar, seus corpos, seus seres, seus cotidianos, suas vidas... Ou seja, está longe de ser algo do domínio da representação, da escolha ou do exterior do ser. Esta segunda visão da religião em que algo exterior e fora do sujeito é reflexo, como argumenta a autora (baseando-se em autores como Webb Keane, entre outros/ as), da criação do estado moderno, pautado em termos jurídicos, em leis e direitos, é algo que foi proporcionado pelo expansivo papel do cristianismo protestante em sua invenção. O conceito moderno de religião teria nascido da globalização do cristianismo protestante a partir do movimento missionário colonial, que fornece uma ideologia semiótica em que “ser moderno” subentende ser capaz de separar objeto e sujeito, significante e significado, forma e essência. Em outras palavras, o “Estado de direito” contemporâneo, pelo qual se reivindicam “o direito de expressão”, “a liberdade de expressão”, entre outras exigências em nome da “liberdade”, é um Estado compatível com — pois, formado por — uma única leitura possível do que possa ser religião: algo que transcende o sujeito. Porém, no mundo da razão religiosa o Profeta Maomé não é apenas um símbolo religioso, mas sim uma maneira de estar no mundo: uma imanência, uma virtude, um afeto. É nesta aparente
查看原文
分享 分享
微信好友 朋友圈 QQ好友 复制链接
本刊更多论文
宗教理性与世俗情感&女性主义评论
Saba Mahmood的文章《宗教理性与世俗情感》有一个中心点,直接或间接地支持作者的所有其他论点。对于非世俗主体——作者称之为宗教理性主体的主体——我们所称的宗教植根于他们的演讲、举止、行走、身体、生命、日常生活。。。也就是说,它远不是代表的领域、选择的领域或存在的外部。正如作者所说(基于韦布·基恩等作家),第二种宗教观是对现代国家建立的反映,基于法律条款、法律和权利,这是新教基督教在其发明中的广泛作用所提供的。现代宗教概念诞生于殖民地传教运动中新教的全球化,它提供了一种符号意识形态,在这种意识形态中,“现代”意味着能够分离客体和主体、能指和意义、形式和本质。换言之,当代的“法治”,即“言论权”、“言论自由”以及以“自由”名义提出的其他要求,是一种与宗教的单一可能解读相兼容的状态,因此是由宗教形成的:超越主体的东西。但在宗教理性的世界里,先知穆罕默德不仅是一个宗教象征,也是一种存在于世界上的方式:一种内在,一种美德,一种情感。这是显而易见的
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
求助全文
约1分钟内获得全文 去求助
来源期刊
自引率
0.00%
发文量
13
审稿时长
4 weeks
期刊最新文献
APRESENTAÇÃO JUVENTUDES, MÍDIAS, FAMÍLIA E MODOS DE SUBJETIVAÇÃO: DIÁLOGOS POSSÍVEIS SOBRE MULHERES EVANGÉLICAS, POLÍTICA E COTIDIANO SOBRE JOVENS MULHERES EVANGÉLICAS: RETRATOS EM MOVIMENTO TONIOL, Rodrigo. 2022. Espiritualidade Incorporada. Pesquisas médicas, usos clínicos e políticas públicas de legitimação da espiritualidade como fator de saúde. 1ª Edição. Porto Alegre: Editora Zouk. 205 p. AS MARCAS DAS MÍDIAS SOCIAIS NO VOTO DAS MULHERES EVANGÉLICAS
×
引用
GB/T 7714-2015
复制
MLA
复制
APA
复制
导出至
BibTeX EndNote RefMan NoteFirst NoteExpress
×
×
提示
您的信息不完整,为了账户安全,请先补充。
现在去补充
×
提示
您因"违规操作"
具体请查看互助需知
我知道了
×
提示
现在去查看 取消
×
提示
确定
0
微信
客服QQ
Book学术公众号 扫码关注我们
反馈
×
意见反馈
请填写您的意见或建议
请填写您的手机或邮箱
已复制链接
已复制链接
快去分享给好友吧!
我知道了
×
扫码分享
扫码分享
Book学术官方微信
Book学术文献互助
Book学术文献互助群
群 号:481959085
Book学术
文献互助 智能选刊 最新文献 互助须知 联系我们:info@booksci.cn
Book学术提供免费学术资源搜索服务,方便国内外学者检索中英文文献。致力于提供最便捷和优质的服务体验。
Copyright © 2023 Book学术 All rights reserved.
ghs 京公网安备 11010802042870号 京ICP备2023020795号-1