Rudinei Carlos Mezacasa Júnior, Kevin Francisco Durigon Meneghini, L. M. Demenech, Henri Luiz Morgan, Arthur Franzen Petry, S. C. Dumith
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Abstract
Objetivo: analisar a evolução do consumo de psicoestimulantes pelos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) durante quatro anos.Métodos: foi realizado um estudo de painel com amostra de estudantes do primeiro ao quarto ano do curso de medicina, matriculados na instituição no período de 2015 a 2018. O estudo teve como desfecho o consumo de psicoestimulantes. Foram coletadas informações sobre o uso de cafeína, metilfenidato, piracetam, modafinil, bebidas energéticas, metilenodioximetanfetamina (ecstasy) e anfetaminas. O questionário foi composto de duas etapas. Na primeira, foram recolhidas informações demográficas, sobre hábitos e qualidade de vida. Na segunda, questionou-se sobre o consumo de substâncias estimulantes, abordando a frequência de uso, efeitos percebidos e a motivação para o consumo, assim como o início do consumo durante o curso.Resultados: a prevalência de uso dessas substâncias aumentou de 58% para 68% de 2015 a 2018. A proporção de acadêmicos que começaram a usar psicoestimulantes durante a faculdade, aumentou de 15% para 30%. Essa proporção aumentou conforme o ano do curso, passando de 25% no primeiro ano para 38% no quarto ano. Esse resultado foi atribuído, principalmente, ao uso de metilfenidato, cuja prevalência aumentou de 21% para 56% durante o período do estudo.Conclusões: o consumo de psicoestimulantes entre estudantes de medicina foi alto e o início de seu consumo durante a faculdade aumentou ao longo dos anos. Seu uso tem sido percebido como eficaz pela maioria dos usuários, o que pode dificultar o gerenciamento do uso indevido dessas substâncias.