{"title":"TOLERÂNCIA E TRADIÇÕES HISTÓRICAS DA DIFERENÇA","authors":"David Steven Scott","doi":"10.22456/1982-8136.119461","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste texto, David Scott reflete sobre o tema da tolerância e da diferença no contexto pós-colonial. Para tanto, o autor parte do caso do Sri Lanka no final do século XX, um país formado por grupos étnicos e religiosos muçulmanos, cristãos e budistas, e marcado por uma guerra civil de caráter interétnico. Ao retomar algumas elaborações pertencentes à matriz do discurso liberal e secular moderno em torno da questão da convivência desses distintos grupos no país, o autor aponta para os impasses e as limitações dessas formulações quando se veem diante de comunidades orientadas por princípios não liberais. Assim, em lugar do privilégio liberal ao indivíduo e às suas escolhas autônomas em relação à comunidade como orientador da política de tolerância do Estado, Scott argumenta por uma compreensão das comunidades étnicas e religiosas como tradições históricas que se constituem enquanto comunidades morais e políticas com identidades corporificadas por seus membros. O autor conclui que um projeto de tolerância efetivo deve passar necessariamente por essa compreensão, buscando instituir espaços públicos políticos em que exista tanto o reconhecimento mútuo das identidades não liberais envolvidas, quanto o diálogo entre elas.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Debates do NER","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.119461","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Neste texto, David Scott reflete sobre o tema da tolerância e da diferença no contexto pós-colonial. Para tanto, o autor parte do caso do Sri Lanka no final do século XX, um país formado por grupos étnicos e religiosos muçulmanos, cristãos e budistas, e marcado por uma guerra civil de caráter interétnico. Ao retomar algumas elaborações pertencentes à matriz do discurso liberal e secular moderno em torno da questão da convivência desses distintos grupos no país, o autor aponta para os impasses e as limitações dessas formulações quando se veem diante de comunidades orientadas por princípios não liberais. Assim, em lugar do privilégio liberal ao indivíduo e às suas escolhas autônomas em relação à comunidade como orientador da política de tolerância do Estado, Scott argumenta por uma compreensão das comunidades étnicas e religiosas como tradições históricas que se constituem enquanto comunidades morais e políticas com identidades corporificadas por seus membros. O autor conclui que um projeto de tolerância efetivo deve passar necessariamente por essa compreensão, buscando instituir espaços públicos políticos em que exista tanto o reconhecimento mútuo das identidades não liberais envolvidas, quanto o diálogo entre elas.