Guilherme Sementili-Cardoso, F. Maffei, Reginaldo José Donatelli
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Abstract
Os “Campos Sulinos” e as “Florestas Atlânticas do Alto Paraná” são duas ecorregiões dominantes na porção central do estado do Rio Grande do Sul, sul do Brasil. No entanto, grandes áreas desses habitats estão ameaçadas por atividades antropogênicas e exigem esforços urgentes de conservação. Para avaliar o estado das assembleias de aves nesta região, realizamos levantamentos em três fazendas localizadas na região central do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Nosso objetivo foi analisar a variação na estrutura funcional (guildas tróficas e estratos de forrageio) e na composição de espécies nessas fazendas. Após 432 horas de levantamentos de transectos, registramos 219 espécies nos três locais. Esse resultado indica que essas fazendas abrigam cerca de 31% do pool de espécies de aves da região. A diversidade da comunidade de aves diferiu entre as três fazendas. Duas das espécies registradas estão ameaçadas de extinção (Hydropsalis anomala Gould, 1838 e Dromococcyx pavoninus Pelzeln, 1870), sendo 24 endêmicas da Mata Atlântica e 40 sujeitas ao comércio ilegal. Nossos dados fornecem evidências de que as áreas agrícolas podem servir como refúgios importantes para aves nesta região. Além disso, mesmo áreas dominadas pela atividade florestal podem manter uma biodiversidade relevante quando associadas a práticas de conservação.