{"title":"O trágico na cena escolar e a medicalização como desenlace","authors":"Ana Paula Bellochio Thones, S. Moschen","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v24i2p317-328","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo propõe discutir um fenômeno que na última década tem ganhado vulto na cena escolar: a medicalização do sintoma de aprendizagem como forma de desenlace para o sofrimento que este engendra – tanto para estudante quanto para professores e famílias. Como estratégia metodológica, este escrito parte de uma retomada da tragédia clássica para, dela, destacar elementos que possibilitam compor diferentes cenários que indicam desdobramentos possíveis para o encontro com a dimensão insolúvel da (ex)sistência. O escrito tem como objetivo refletir sobre as consequências deste encontro para a relação estabelecida entre os atores escolares envolvidos com a práxis educativa. Retomando a figura trágica do deus ex machina, o trabalho indica que a medicalização, o mais das vezes, ingressa na cena escolar como elemento externo que suspende as condições necessárias a uma consideração do impossível próprio ao educar e daquilo que disso deriva: a abertura para uma invenção que mobilize os elementos internos à cena na construção de uma saída do mal-estar. Quando o desenlace de um impasse é pensado a partir da perspectiva do insolúvel que a linguagem inscreve na vida comum, as saídas para os conflitos escolares acabam por ser inventadas no jogo de relações entre os sujeitos da educação.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.11606/issn.1981-1624.v24i2p317-328","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estilos da Clinica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i2p317-328","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo propõe discutir um fenômeno que na última década tem ganhado vulto na cena escolar: a medicalização do sintoma de aprendizagem como forma de desenlace para o sofrimento que este engendra – tanto para estudante quanto para professores e famílias. Como estratégia metodológica, este escrito parte de uma retomada da tragédia clássica para, dela, destacar elementos que possibilitam compor diferentes cenários que indicam desdobramentos possíveis para o encontro com a dimensão insolúvel da (ex)sistência. O escrito tem como objetivo refletir sobre as consequências deste encontro para a relação estabelecida entre os atores escolares envolvidos com a práxis educativa. Retomando a figura trágica do deus ex machina, o trabalho indica que a medicalização, o mais das vezes, ingressa na cena escolar como elemento externo que suspende as condições necessárias a uma consideração do impossível próprio ao educar e daquilo que disso deriva: a abertura para uma invenção que mobilize os elementos internos à cena na construção de uma saída do mal-estar. Quando o desenlace de um impasse é pensado a partir da perspectiva do insolúvel que a linguagem inscreve na vida comum, as saídas para os conflitos escolares acabam por ser inventadas no jogo de relações entre os sujeitos da educação.