{"title":"A TERRA COMO ATIVO FINANCEIRO: MECANISMOS, PRÁTICAS E INSTRUMENTOS","authors":"B. Bicalho","doi":"10.12957/tamoios.2022.63925","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"As crises financeira, energética, ambiental e alimentar na primeira década dos anos 2000 potencializaram uma corrida mundial por terras, popularizando o conceito de land grabbing. O Brasil tem atraído o capital financeiro (inter)nacional para o campo por conta do grande “estoque” de terras e o seu preço relativamente barato nas áreas de expansão da fronteira agrícola moderna. Ressalta-se que a terra aparece, no período atual, como uma das principais formas do capital excedente se valorizar. A acumulação futura se dá a partir da absorção de partes cada vez maiores do mais-valor pela captura da renda da terra, minimizando ou anulando a tendência à queda da taxa de lucro, ou seja, os efeitos decorrentes da crise financeira. Há uma série de mecanismos, práticas e instrumentos que mostram a integração entre o capital financeiro e o controle de terras, ou seja, a financeirização da agricultura. Neste trabalho, discute-se a transformação da terra em ativo financeiro a partir das seguintes perspectivas: a abertura de empresas do agronegócio na Bolsa de Valores, a expansão dos instrumentos do mercado de capitais para financiamento da agricultura e pecuária, a criação dos fundos imobiliários agrícolas, o crowdfunding de fazendas e o surgimento das imobiliárias agrícolas.","PeriodicalId":31324,"journal":{"name":"Revista Tamoios","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Tamoios","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/tamoios.2022.63925","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
As crises financeira, energética, ambiental e alimentar na primeira década dos anos 2000 potencializaram uma corrida mundial por terras, popularizando o conceito de land grabbing. O Brasil tem atraído o capital financeiro (inter)nacional para o campo por conta do grande “estoque” de terras e o seu preço relativamente barato nas áreas de expansão da fronteira agrícola moderna. Ressalta-se que a terra aparece, no período atual, como uma das principais formas do capital excedente se valorizar. A acumulação futura se dá a partir da absorção de partes cada vez maiores do mais-valor pela captura da renda da terra, minimizando ou anulando a tendência à queda da taxa de lucro, ou seja, os efeitos decorrentes da crise financeira. Há uma série de mecanismos, práticas e instrumentos que mostram a integração entre o capital financeiro e o controle de terras, ou seja, a financeirização da agricultura. Neste trabalho, discute-se a transformação da terra em ativo financeiro a partir das seguintes perspectivas: a abertura de empresas do agronegócio na Bolsa de Valores, a expansão dos instrumentos do mercado de capitais para financiamento da agricultura e pecuária, a criação dos fundos imobiliários agrícolas, o crowdfunding de fazendas e o surgimento das imobiliárias agrícolas.