Antonia Alves Pereira da Silva, Maria Isabel Ramalho Ortigão
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Abstract
As reformas educacionais realizadas nas últimas décadas têm se caracterizado essencialmente pela incorporação de princípios neoliberais que reorientam a concepção de educação, aproximando-a cada vez mais da lógica de funcionamento dos mercados, por meio de práticas como gerenciamento, regulação e competitividade. A eficácia de tais práticas é construída por meio de um conjunto de estratégias nas quais se inserem as políticas de avaliação externa em larga escala, que atuam favorecendo a criação de uma cultura de performatividade no âmbito escolar, ancorada no poder dos números e da estatística na fabricação de fatos. Objetivamos neste texto discutir o PISA como política de avaliação em larga escala que, sendo originária da OCDE, está comprometida com uma concepção neoliberal de educação e, utilizando tecnologias políticas, como performatividade e comparação por números, visa a implementação de projetos de governança na sociedade. Trata-se de uma discussão teórica fundamentada em autores como Ball (2010, 2014), Popkewitz (2013) e Saura (2016). A reflexão permite considerar que as articulações realizadas no âmbito das políticas neoliberais atuam promovendo mudanças na educação visando a produção de novas subjetivdades e práticas escolares sintonizadas com o mercado.