{"title":"Fraseamento prosódico de estruturas parentéticas em dados de leitura no português do Rio de Janeiro","authors":"Vivian Paixão, C. Serra","doi":"10.5007/1984-8420.2018V19N2P113","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo focaliza a realização de estruturas parentéticas no português do Brasil (PB), a partir de um ponto de vista fonológico. Partindo da literatura sobre o tema – não só no escopo da fonologia, mas também abarcando a interface com a sintaxe e os estudos do texto –, realizou-se a análise acústica e entoacional de 568 sentenças lidas por informantes cariocas do sexo feminino (42 sentenças x 15 falantes, excluídos 62 dados), a partir do aparato teórico-metodológico da Teoria Autossegmental e Métrica da Entoação e da Fonologia Prosódica, a fim de contribuir para a descrição da gramática entoacional do PB, no que se refere ao fraseamento prosódico. A análise considerou a ocorrência e duração de pausas silenciosas antes e depois da parentética, além dos movimentos tonais no interior dos três sintagmas entoacionais (IPs) ideais que constituem cada enunciado. Confirmaram-se duas das hipóteses iniciais: (i) a de que a estrutura parentética é realizada, no PB, como um IP independente e (ii) a de que o fraseamento prosódico da parentética é sensível ao tamanho do primeiro IP do enunciado. Os resultados revelaram diferenças interessantes em relação àqueles obtidos por outros pesquisadores para o português europeu (PE): no PB, os dados indicam serem mais frequentes as pausas no final da parentética e os contornos descendentes no primeiro e no segundo IPs, enquanto no PE predominam as pausas no início da parentética e os contornos ascendentes. ","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-03-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/1984-8420.2018V19N2P113","citationCount":"2","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Working Papers em Linguistica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2018V19N2P113","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo focaliza a realização de estruturas parentéticas no português do Brasil (PB), a partir de um ponto de vista fonológico. Partindo da literatura sobre o tema – não só no escopo da fonologia, mas também abarcando a interface com a sintaxe e os estudos do texto –, realizou-se a análise acústica e entoacional de 568 sentenças lidas por informantes cariocas do sexo feminino (42 sentenças x 15 falantes, excluídos 62 dados), a partir do aparato teórico-metodológico da Teoria Autossegmental e Métrica da Entoação e da Fonologia Prosódica, a fim de contribuir para a descrição da gramática entoacional do PB, no que se refere ao fraseamento prosódico. A análise considerou a ocorrência e duração de pausas silenciosas antes e depois da parentética, além dos movimentos tonais no interior dos três sintagmas entoacionais (IPs) ideais que constituem cada enunciado. Confirmaram-se duas das hipóteses iniciais: (i) a de que a estrutura parentética é realizada, no PB, como um IP independente e (ii) a de que o fraseamento prosódico da parentética é sensível ao tamanho do primeiro IP do enunciado. Os resultados revelaram diferenças interessantes em relação àqueles obtidos por outros pesquisadores para o português europeu (PE): no PB, os dados indicam serem mais frequentes as pausas no final da parentética e os contornos descendentes no primeiro e no segundo IPs, enquanto no PE predominam as pausas no início da parentética e os contornos ascendentes.