Juliana Ramos de Andrade, Paulo Eloy Passos Filho, M. M. Valença
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Abstract
Localizado às margens do rio Capibaribe no bairro do Derby na cidade do Recife, o prédio do Memorial da Medicina de Pernambuco inaugurado em 1927 possui uma bela paisagem em seu entorno. O ambiente ciliar chama atenção aos olhares daqueles que contemplam o verde e os sons da natureza. Um cenário vivo em meio às construções maciças de uma cidade que nasceu e se desenvolveu próxima às águas de rios e riachos, tendo como destaque o Rio Capibaribe (1) deve ser observado e registrado. Uma vez que nos últimos cem anos, muitos arranha-céus foram construídos ocupando vários quilômetros das margens do rio Capibaribe, particularmente no centro da cidade de Recife. Ação essa que poluí o rio Capibaribe, devido o despejo de esgotos domésticos e resíduos industriais e agropecuários levando à intensa e frequente perturbação tanto das águas quanto da vegetação ciliar 2, 3, 4 . Mata ciliar é uma cobertura vegetal nativa, que margeia rios, igarapés, lagos, olhos d ́água e represas. Este tipo de vegetação desempenha diversos papéis de grande importância para o meio ambiente, como o controle à erosão nas margens dos rios e fornecer recursos à fauna local. Com isto, a preservação e o estudo da riqueza e composição dessas áreas florestadas devem ser considerados. Estudo realizado nos últimos anos num trecho de 15 km da área central da cidade do Recife encontrou, ao menos, 7 espécies de répteis, 9 de mamíferos, 10 de crustáceos-moluscos, 25 de peixes e 40 espécies de aves. Essa impressionante fauna, vivendo em um rio considerado morto por grande parte da população, é tão surpreendente (3) . A fim de registrar a riqueza da flora e fauna que abraça o prédio, em maio de 2019 observamos e identificaram 47 espécies da fauna e flora local (Tabelas 1 e 2). O prédio do Memorial da Medicina de Pernambuco, instituição da Universidade Federal Rural de Pernambuco atualmente abriga em seu entorno flora peculiar com árvores frondosas de abacateiro, pitombeira, cajá, acerola, pinha, tamarindo, dentre outras espécies como Pachira aquática, característica da Mata Atlântica (Figuras 1 a 4). Espécies como o oiti, que decora toda a calçada do prédio e a figueira, que se destaca logo na frente do Memorial, também são encontradas em muitos pontos da cidade por serem largamente utilizadas no paisagismo urbano. A identificação das espécies vegetais nativas e exóticas juntamente com seus nomes populares, origem e uso medicinal 5, 6 (caso possua) estabelecidas no entorno do Memorial da Medicina de Pernambuco pode ser verificada na Tabela 1.