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Abstract
Bocage e outros poetas contemporâneos cuja obra é considerada representativa da poesia libertina em Portugal tiveram de lidar com os efeitos da censura contínua do seu tempo. Uma boa parte da sua obra circulou clandestinamente ou permaneceu inédita até à primeira metade do século XIX. É nesse contexto que a persistência desses textos e o interesse que despertaram nos poetas e editores oitocentistas conduziram ao aparecimento de algumas obras fundamentais. Neste texto, defende-se a ideia de que a tradição libertina portuguesa setecentista, em termos de integração no cânone literário português, é um produto da dinâmica literária e editorial resultante do triunfo do Liberalismo.