{"title":"Livros que as mulheres (não) devem ler: impressos licenciosos no Brasil no final do Oitocentos","authors":"A. Moreira","doi":"10.11606/va.i43.197168","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Extremamente populares entre os leitores das principais cidades do país, os livros licenciosos eram uma preocupação constante entre a sociedade conservadora. Sem poder contar com a lei para reprimir e exterminar definitivamente o consumo de pornografia, clamava-se às autoridades políticas que agissem em favor do pudor público. A popularidade do gênero é revelada sobretudo pelos anúncios das livrarias e pelas críticas preocupadas quanto ao efeito pernicioso desses livros. Anônimos ou não, os impressos forneciam um arsenal farto de informações sobre sexo que poderiam ser aprendidas por moças e mulheres de família. Era uma literatura perigosamente pedagógica: ensinava como sentir prazer, estando uma mulher só ou acompanhada. Mostrava mulheres vivendo de maneira autônoma, sem punições ou consequências. Neste artigo, vamos conhecer dois desses livros: o anônimo Amar, gozar, morrer (c.1878) e Cocotes e conselheiros (1887), do pseudônimo Rabelais. Percorrendo as fontes primárias e comentando estes e outros livros, buscamos ampliar o nosso conhecimento sobre a literatura – e as leitoras – do período.","PeriodicalId":55911,"journal":{"name":"Via Atlantica","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Via Atlantica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/va.i43.197168","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"HUMANITIES, MULTIDISCIPLINARY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Extremamente populares entre os leitores das principais cidades do país, os livros licenciosos eram uma preocupação constante entre a sociedade conservadora. Sem poder contar com a lei para reprimir e exterminar definitivamente o consumo de pornografia, clamava-se às autoridades políticas que agissem em favor do pudor público. A popularidade do gênero é revelada sobretudo pelos anúncios das livrarias e pelas críticas preocupadas quanto ao efeito pernicioso desses livros. Anônimos ou não, os impressos forneciam um arsenal farto de informações sobre sexo que poderiam ser aprendidas por moças e mulheres de família. Era uma literatura perigosamente pedagógica: ensinava como sentir prazer, estando uma mulher só ou acompanhada. Mostrava mulheres vivendo de maneira autônoma, sem punições ou consequências. Neste artigo, vamos conhecer dois desses livros: o anônimo Amar, gozar, morrer (c.1878) e Cocotes e conselheiros (1887), do pseudônimo Rabelais. Percorrendo as fontes primárias e comentando estes e outros livros, buscamos ampliar o nosso conhecimento sobre a literatura – e as leitoras – do período.
这些书在美国主要城市的读者中非常受欢迎,在保守社会中一直是一个令人担忧的问题。由于无法依靠法律来镇压和彻底消灭色情消费,政治当局被要求采取有利于公众谦虚的行动。这种类型的流行主要体现在书店的广告和对这些书的有害影响的批评上。无论是否匿名,这些印刷品都提供了大量关于性的信息,女孩和家庭妇女都可以了解这些信息。这是一种危险的教育文学:它教人们如何在一个女人独自或陪伴下感受快乐。它展示了女性独立生活,没有惩罚或后果。在这篇文章中,我们将了解其中的两本书:匿名的Amar, gozar, morrer(约1878年)和Cocotes e conselheiros(1887年),来自笔名拉伯雷。通过对这些书和其他书的第一手资料和评论,我们试图扩大我们对文学和读者的知识。