{"title":"Saúde mental dos povos indígenas","authors":"Mauro Macedo Campos, Rafaela Werneck Arenari Martins, Aida Brandão Leal","doi":"10.14393/rfadir-51.1.2023.67995.257-278","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O Ministério da Saúde afirma que a taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é quase o triplo da média nacional. Movido pelo alarmante número o presente estudo teórico aborda a temática da saúde mental que se apresenta como desafio no contexto dos povos indígenas. Assim, objetiva-se esboçar outras concepções de saúde, forjadas a partir das cosmologias e dos modos de vida dos povos tradicionais. Por meio de pesquisa bibliográfica baseada numa literatura de autores indígenas em diálogo com outros pensadores, buscou-se mapear tais concepções e suas interlocuções com a saúde mental. Numa perspectiva decolonial, reconhecemos a impossibilidade de generalizar este problema, visto a inexistência de uma figura do “índio genérico”, almeja-se uma compreensão plural desse fenômeno, que leve em conta os atravessamentos que o compõem: principalmente a relação desses povos com a terra e a luta por ela. Deste modo, essa problemática se apresenta como grande desafio para os profissionais de saúde, que muitas vezes guiados por uma visão biomédica fecham-se às especificidades desses povos. Mais do que apontar soluções para o problema, propomos a importância de criar espaços que possam fomentar a discussão junto à comunidade, como uma aposta ética que considere as singularidades desses povos.","PeriodicalId":52774,"journal":{"name":"Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlandia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-08-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlandia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14393/rfadir-51.1.2023.67995.257-278","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O Ministério da Saúde afirma que a taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é quase o triplo da média nacional. Movido pelo alarmante número o presente estudo teórico aborda a temática da saúde mental que se apresenta como desafio no contexto dos povos indígenas. Assim, objetiva-se esboçar outras concepções de saúde, forjadas a partir das cosmologias e dos modos de vida dos povos tradicionais. Por meio de pesquisa bibliográfica baseada numa literatura de autores indígenas em diálogo com outros pensadores, buscou-se mapear tais concepções e suas interlocuções com a saúde mental. Numa perspectiva decolonial, reconhecemos a impossibilidade de generalizar este problema, visto a inexistência de uma figura do “índio genérico”, almeja-se uma compreensão plural desse fenômeno, que leve em conta os atravessamentos que o compõem: principalmente a relação desses povos com a terra e a luta por ela. Deste modo, essa problemática se apresenta como grande desafio para os profissionais de saúde, que muitas vezes guiados por uma visão biomédica fecham-se às especificidades desses povos. Mais do que apontar soluções para o problema, propomos a importância de criar espaços que possam fomentar a discussão junto à comunidade, como uma aposta ética que considere as singularidades desses povos.