Desvelando o racismo na escola médica: experiência e enfrentamento do racismo pelos estudantes negros na graduação em Medicina

V. Fredrich, I. Coelho, L. C. Sanches
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Abstract

Resumo O Brasil sofre os efeitos do racismo científico, do mito da democracia racial e da política de embranquecimento. Em 2019, 28% dos/as estudantes egressos/as de cursos de Medicina no Brasil eram negros/as. Com os objetivos de desvelar as formas de manifestação do racismo na graduação de Medicina e compreender como estudantes negros/as enfrentam o racismo, conduzimos uma pesquisa exploratória e qualitativa, segundo o método de Minayo, por meio de entrevistas semiestruturadas on line e auxílio do software ATLAS.ti9®. Com um referencial teórico-crítico, percebemos que as dimensões do racismo internalizado, interpessoal e institucional se sobrepõem, evidenciando seu caráter estrutural, atrelado ao desenvolvimento histórico-econômico de nosso país. A crença de inferioridade dos/as estudantes negros/as é reforçada em nível interpessoal nos olhares, piadas ou comentários sobre o cabelo. Em nível institucional, nega-se a necessidade do estudo da saúde da população negra, enquanto a baixa representatividade no corpo docente e discente não é percebida como expressão do racismo. A identificação racial, a organização em coletivos e a existência de amparos legais são fundamentais, mas o efetivo enfrentamento do racismo na escola médica requer a crítica ao sistema econômico que sistematicamente privilegia pessoas brancas.
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揭示医学院的种族主义:医学院黑人学生的经历和面对种族主义
摘要巴西遭受着科学种族主义、种族民主神话和白化政治的影响。2019年,巴西医学院毕业生中有28%是黑人。为了揭示种族主义在医学本科中的表现形式,了解黑人学生如何面对种族主义,我们根据Minayo方法,通过在线半结构化访谈和ATLAS.ti9®软件的帮助,进行了探索性和定性研究。通过理论和批判的参考,我们意识到内化的种族主义、人际主义和制度主义的维度重叠,显示出其结构性特征,与我国的历史和经济发展相联系。黑人学生自卑的信念在人际层面上得到了加强,比如他们的外表、笑话或对头发的评论。在机构层面,它否认有必要研究黑人人口的健康,而教师和学生的低代表性不被认为是种族主义的表现。种族认同、集体组织和法律保护的存在是基本的,但在医学院有效地对抗种族主义需要批评系统地偏袒白人的经济体系。
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