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Abstract
Partindo de uma amostra 39 casos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo referentes à discriminação por raça e cor praticadas por mulheres, esse artigo visa analisar elementos relevantes para a realização de pesquisas na área das ciências humanas e sociais cujo foco seja o de discutir as relações raciais. Os casos foram retirados da base de dados do GEPPIS, construída entre 2012-2014. Os dados informam que, quando se trata de ofensas racistas, mulheres da mesma classe social e faixa etária discriminam outras mulheres. Também foi possível observar que mulheres pardas discriminam mulheres negras. As discriminações objetivavam estabelecer uma diferenciação e uma hierarquia onde outros marcadores sociais (classe, idade, gênero) apontavam para a igualdade. Esses achados apontam para a importância de se considerar múltiplas formas de se mensurar e entender raça levando em conta cor da pele, gênero, classe, entre outros aspectos. Também revela a relevância de se considerar questões epistemológicas, horizontes de interpretação e lócus de enunciação para que se tenha uma compreensão aprofundada dos fenômenos complexos associados ao tema.