{"title":"O PISA e as limitações e riscos de um programa de governação global da OCDE","authors":"António Teodoro","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle56.04","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo constitui a versão escrita da intervenção realizada na conferência de encerramento de um projeto de investigação que interrogou as razões pela qual a OCDE considerou a participação de Portugal no PISA (2000-2018) como um ‘caso de sucesso’. O artigo reúne o conjunto de referências teóricas que balizaram o trabalho dos investigadores e o contributo específico que dão à continuação de uma reflexão e de um debate, científico e político, sobre o papel desempenhado pela OCDE na tentativa de estabelecer formas duradouras de governação global da educação. Depois de relembrar as origens da OCDE, que marcam indelevelmente o modo como essa organização internacional equaciona os problemas educativos, o autor apresenta as razões do ‘sucesso político’ do PISA e de outros surveys conduzidos pela OCDE e do propósito da organização de tornar estes instrumentos o principal ‘afinador’ das políticas educativas dos Estados membros. O artigo assinala as mudanças na OCDE no final dos anos 1990, que conduziram ao PISA, e apresenta a fonte teórica que as fundamentam: a teoria do capital do conhecimento. No final, o autor sublinha as limitações e riscos da abordagem que a OCDE pretende tornar hegemónicas, defendendo um forte investimento da ciência social cidadã na busca de alternativas humanistas para as políticas de educação, entendidas como um bem comum universal e um direito de cidadania global.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"29 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Lusofona de Educacao","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle56.04","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo constitui a versão escrita da intervenção realizada na conferência de encerramento de um projeto de investigação que interrogou as razões pela qual a OCDE considerou a participação de Portugal no PISA (2000-2018) como um ‘caso de sucesso’. O artigo reúne o conjunto de referências teóricas que balizaram o trabalho dos investigadores e o contributo específico que dão à continuação de uma reflexão e de um debate, científico e político, sobre o papel desempenhado pela OCDE na tentativa de estabelecer formas duradouras de governação global da educação. Depois de relembrar as origens da OCDE, que marcam indelevelmente o modo como essa organização internacional equaciona os problemas educativos, o autor apresenta as razões do ‘sucesso político’ do PISA e de outros surveys conduzidos pela OCDE e do propósito da organização de tornar estes instrumentos o principal ‘afinador’ das políticas educativas dos Estados membros. O artigo assinala as mudanças na OCDE no final dos anos 1990, que conduziram ao PISA, e apresenta a fonte teórica que as fundamentam: a teoria do capital do conhecimento. No final, o autor sublinha as limitações e riscos da abordagem que a OCDE pretende tornar hegemónicas, defendendo um forte investimento da ciência social cidadã na busca de alternativas humanistas para as políticas de educação, entendidas como um bem comum universal e um direito de cidadania global.