{"title":"Memória, espaço e colonização. Ruturas e continuidades na ficção portuguesa pós-colonial: Lídia Jorge, Mário Cláudio, e Isabela Figueiredo","authors":"Pedro Lopes de Almeida","doi":"10.5817/erb2021-1-15","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"portuguesPartindo de uma discussao dos contextos que suscitaram, nos ultimos anos, um espaco publico de debate aumentado em torno da problematica da descolonizacao dos espacos Africanos ocupados pelo regime portugues ate ao termo do Estado Novo, o presente ensaio visa promover uma reflexao em torno da nocao de ‘territorio’ que e produzida por sucessivas geracoes de autores de nacionalidade portuguesa. Apos revisitar os principais argumentos teoricos referentes ao que tem vindo a ser enquadrado nos termos da “especificidade” (ou ausencia dela) da ocupacao colonial do regime portugues em Africa, com destaque para as posicoes defendidas pelo sociologo Boaventura de Sousa Santos e os debates que estas suscitaram em anos recentes, proponho aqui uma releitura de Costa dos Murmurios (Lidia Jorge, 1988), Tocata para Dois Clarins (Mario Claudio, 1992), e Caderno de Memorias Coloniais (Isabela Figueiredo, 2010), privilegiando aproximacoes contrapontisticas e leituras rentes ao texto como forma de problematizacao dos imaginarios espaciais construidos nestas narrativas. EnglishStarting with a discussion of the recent debates surrounding the decolonization of Portuguese occupied territories in Africa up until the end of the Estado Novo regime, this essay aims at promoting a reflection around the notion of ‘territory’ as it was deployed by successive generations of Portuguese authors. After revisiting the major tenets of the scholarship referring to the ‘specificity’ (or lack thereof) of settler colonialism by Portuguese in Africa, with a focus on the positions sustained by the sociologist Boaventura de Sousa Santos and the ensuing debates, I propose here alternative interpretations of the novels Costa dos Murmurios (Lidia Jorge, 1988), Tocata para Dois Clarins (Mario Claudio, 1992), and Caderno de Memorias Coloniais (Isabela Figueiredo, 2010), favoring contrapuntal approaches and close readings as a way of problematizing spatial imaginaries promoted by these narratives.","PeriodicalId":40980,"journal":{"name":"Etudes Romanes de Brno","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Etudes Romanes de Brno","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5817/erb2021-1-15","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE, ROMANCE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
portuguesPartindo de uma discussao dos contextos que suscitaram, nos ultimos anos, um espaco publico de debate aumentado em torno da problematica da descolonizacao dos espacos Africanos ocupados pelo regime portugues ate ao termo do Estado Novo, o presente ensaio visa promover uma reflexao em torno da nocao de ‘territorio’ que e produzida por sucessivas geracoes de autores de nacionalidade portuguesa. Apos revisitar os principais argumentos teoricos referentes ao que tem vindo a ser enquadrado nos termos da “especificidade” (ou ausencia dela) da ocupacao colonial do regime portugues em Africa, com destaque para as posicoes defendidas pelo sociologo Boaventura de Sousa Santos e os debates que estas suscitaram em anos recentes, proponho aqui uma releitura de Costa dos Murmurios (Lidia Jorge, 1988), Tocata para Dois Clarins (Mario Claudio, 1992), e Caderno de Memorias Coloniais (Isabela Figueiredo, 2010), privilegiando aproximacoes contrapontisticas e leituras rentes ao texto como forma de problematizacao dos imaginarios espaciais construidos nestas narrativas. EnglishStarting with a discussion of the recent debates surrounding the decolonization of Portuguese occupied territories in Africa up until the end of the Estado Novo regime, this essay aims at promoting a reflection around the notion of ‘territory’ as it was deployed by successive generations of Portuguese authors. After revisiting the major tenets of the scholarship referring to the ‘specificity’ (or lack thereof) of settler colonialism by Portuguese in Africa, with a focus on the positions sustained by the sociologist Boaventura de Sousa Santos and the ensuing debates, I propose here alternative interpretations of the novels Costa dos Murmurios (Lidia Jorge, 1988), Tocata para Dois Clarins (Mario Claudio, 1992), and Caderno de Memorias Coloniais (Isabela Figueiredo, 2010), favoring contrapuntal approaches and close readings as a way of problematizing spatial imaginaries promoted by these narratives.