{"title":"Verticalidade e horizontalidade entre centro(s) e periferia(s) : as literaturas africanas de língua portuguesa em inglês, alemão e italiano","authors":"Marco Bucaioni","doi":"10.5817/erb2022-2-2","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"As literaturas africanas de língua portuguesa são produzidas num espaço de dupla perifericidade, na encruzilhada entre o espaço africano e o sistema literário de língua portuguesa, que não é considerada uma das línguas-fonte centrais da literatura mundial. Esta dupla perifericidade cria uma forte tendência para ver a tradução como arma de afirmação e como prémio em si e a circulação das obras em importantes mercados do Norte global como um objectivo fundamental. Neste artigo vamos visar a estrutura dos corpora de traduções para três línguas alvo: inglês (hiper-central), alemão (central) e italiano (semi-periférico). Pretendemos mostrar como a literatura-mundo, salvaguardando a visão hierárquica e anglocentrada (mas não necessariamente anglocêntrica), é um espaço extremamente fragmentado em que o relativo peso de sistemas literários (semi-)periféricos continua a exercer um papel importante nas trocas literárias horizontais, o que em parte compensa a verticalidade das relações mediadas pelo inglês.","PeriodicalId":40980,"journal":{"name":"Etudes Romanes de Brno","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Etudes Romanes de Brno","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5817/erb2022-2-2","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE, ROMANCE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
As literaturas africanas de língua portuguesa são produzidas num espaço de dupla perifericidade, na encruzilhada entre o espaço africano e o sistema literário de língua portuguesa, que não é considerada uma das línguas-fonte centrais da literatura mundial. Esta dupla perifericidade cria uma forte tendência para ver a tradução como arma de afirmação e como prémio em si e a circulação das obras em importantes mercados do Norte global como um objectivo fundamental. Neste artigo vamos visar a estrutura dos corpora de traduções para três línguas alvo: inglês (hiper-central), alemão (central) e italiano (semi-periférico). Pretendemos mostrar como a literatura-mundo, salvaguardando a visão hierárquica e anglocentrada (mas não necessariamente anglocêntrica), é um espaço extremamente fragmentado em que o relativo peso de sistemas literários (semi-)periféricos continua a exercer um papel importante nas trocas literárias horizontais, o que em parte compensa a verticalidade das relações mediadas pelo inglês.