{"title":"Memória e imaginário da Covid-19 no Jornal Nacional: o hospital no cotidiano midiatizado","authors":"Denise Cristina Ayres Gomes, Renata Rezende Ribeiro","doi":"10.34019/1981-4070.2021.v15.34587","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo pertence a uma pesquisa ampliada que investiga a representação da pandemia da Covid-19 no Brasil como fotografia de um país atravessado pelo imaginário da morte (incluindo sua banalização). A partir de fragmentos audiovisuais, por meio de reportagens do Jornal Nacional, nas edições do mês de janeiro de 2021, a proposta, neste texto, é refletir sobre o hospital como constructo simbólico, levando em conta a narrativa midiatizada do cotidiano brasileiro, que é sintoma (e se torna memória) de um país em crise. O objetivo é demonstrar como tais narrativas organizam e desorganizam estruturas de sentido, constituindo um imaginário coletivo (MAFFESOLI; SILVA) de uma época. Para fins heurísticos, a metodologia combina percurso bibliográfico, pesquisa exploratória e análise de conteúdo, levando em conta a base teórica de narrativa (segundo RICOEUR), considerando-a como mediação que desenvolve a materialidade do sentido da própria experiência. No corpus de 36 ocorrências, verificamos que as câmeras devassam o espaço hospitalar, evidenciando o que até então concernia à intimidade: os doentes e mortos são espiados de formas dramáticas e celebratórias. As narrativas midiáticas revelam o imaginário disruptivo que será, em parte, constituidor da memória da nação.\n ","PeriodicalId":18053,"journal":{"name":"Lumina","volume":"74 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Lumina","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34019/1981-4070.2021.v15.34587","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo pertence a uma pesquisa ampliada que investiga a representação da pandemia da Covid-19 no Brasil como fotografia de um país atravessado pelo imaginário da morte (incluindo sua banalização). A partir de fragmentos audiovisuais, por meio de reportagens do Jornal Nacional, nas edições do mês de janeiro de 2021, a proposta, neste texto, é refletir sobre o hospital como constructo simbólico, levando em conta a narrativa midiatizada do cotidiano brasileiro, que é sintoma (e se torna memória) de um país em crise. O objetivo é demonstrar como tais narrativas organizam e desorganizam estruturas de sentido, constituindo um imaginário coletivo (MAFFESOLI; SILVA) de uma época. Para fins heurísticos, a metodologia combina percurso bibliográfico, pesquisa exploratória e análise de conteúdo, levando em conta a base teórica de narrativa (segundo RICOEUR), considerando-a como mediação que desenvolve a materialidade do sentido da própria experiência. No corpus de 36 ocorrências, verificamos que as câmeras devassam o espaço hospitalar, evidenciando o que até então concernia à intimidade: os doentes e mortos são espiados de formas dramáticas e celebratórias. As narrativas midiáticas revelam o imaginário disruptivo que será, em parte, constituidor da memória da nação.