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Abstract
As fotos apresentadas neste ensaio capturam a medida das coisas urgentes, que abarcam o desejo de se comunicar, de estar conectado, de saber/dar notícias, de enviar/receber recursos, de ter acesso ao lazer, de cumprir burocracias e assim assegurar condições básicas de afetos, direitos e dignidade de vida. As cenas foram observadas no estado brasileiro de Roraima, nas cidades Boa Vista e Pacaraima, nos últimos quatro anos, no âmbito de pesquisas e projetos comunitários sobre comunicação e acesso à conectividade por refugiados, os quais tive oportunidade de participar por meio da Universidade Federal de Roraima (UFRR/Brasil). Para além de cenários de exclusões e desigualdades, características impressas historicamente ao Sul Global, as imagens também revelam espaços sutis de criação e reinvenção de subjetividades, de solidariedade, de produção de brechas em meio a limitações que perpassam as experiências de pessoas que estão se deslocando.
Em uma síntese entre miséria e magia, a comunicação e a conectividade aparecem nas fotografias como lugares estratégicos para observar as disputas de poder, as desigualdades digitais e as táticas que se desenrolam nas dinâmicas migratórias na fronteira entre Brasil e Venezuela. Em tempos nos quais a digitalização da vida vem se tronando cada vez mais premente, pensar a comunicação de forma cidadã e libertadora, promotora de uma coletividade protagonista, conforme propunham Freire[1] (1983) e Kaplun[2] (1985) ainda é uma aposta que segue sobre a mesa e pela qual é essencial lutar.
[1] Freire, P. (1983). Extensão ou comunicação?. Editora Paz e Terra.
[2] Kaplún, M., & García, M. (1985). El comunicador popular. Quito: Ciespal.