{"title":"Notas sobre (ou acordes para) o Noturno do Chile, a tormenta ruidosa de Roberto Bolaño","authors":"Diego Lock Farina","doi":"10.15448/2526-8848.2018.2.32539","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Noturno do Chile, de Roberto Bolaño, funciona como uma autêntica máquina literária de denúncia, de afinada ironia e instigante trabalho estético. Tendo como narrador em primeira pessoa um padre extremamente envolvido com a ditadura de Pinochet, a obra opera uma tormenta ruidosa na forma que faz os signos estremecerem, ao passo que contra-assina a voz do próprio narrador que cria. O presente ensaio busca analisar as sutilezas formais que Bolaño desenvolve no controverso combate interno entre as memórias do narrador e a matéria narrada historicamente contextualizada, visando ainda entender como a noção de dom de ouvir, composta por Walter Benjamin e rearticulada por Jacques Derrida, é pertinente para uma leitura crítica do livro, que, por sua vez, invoca debates acerca do problema da alteridade, da afecção, da responsabilidade e, por fim, da ética ante a crueldade e a possibilidade da produção de uma poética da escuta na contemporaneidade. *** Notes about (or chords for) By night in Chile, the noisy storm of Roberto Bolaño ***By night in Chile, by Roberto Bolaño, works as an authentic literary machine of denunciation, of intoned irony and instigating aesthetic labor. Having a priest extremely involved with Pinochet’s dictatorship as a first-person narrator, the text operates a noisy storm in the form that makes the signs shake, while countersigns the voice of the narrator himself who creates. The present essay seeks to analyze the formal subtleties that Bolaño develops in the controversial internal struggle between the narrator’s memories and the historically contextualized narrative matter, in order to understand how the notion of the gift for listening, composed by Walter Benjamin and rearticulated by Jacques Derrida, is pertinent for a critical reading of the book, which, in turn, invokes debates about the problem of alterity, affection, responsibility, and finally, ethics in the face of cruelty and the possibility of producing a poetics of listening in contemporary times.Keywords: By night in Chile; gift for listening; poetics of listening; Roberto Bolaño; alterity.","PeriodicalId":43374,"journal":{"name":"SCRIPTORIUM","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"SCRIPTORIUM","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15448/2526-8848.2018.2.32539","RegionNum":3,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Noturno do Chile, de Roberto Bolaño, funciona como uma autêntica máquina literária de denúncia, de afinada ironia e instigante trabalho estético. Tendo como narrador em primeira pessoa um padre extremamente envolvido com a ditadura de Pinochet, a obra opera uma tormenta ruidosa na forma que faz os signos estremecerem, ao passo que contra-assina a voz do próprio narrador que cria. O presente ensaio busca analisar as sutilezas formais que Bolaño desenvolve no controverso combate interno entre as memórias do narrador e a matéria narrada historicamente contextualizada, visando ainda entender como a noção de dom de ouvir, composta por Walter Benjamin e rearticulada por Jacques Derrida, é pertinente para uma leitura crítica do livro, que, por sua vez, invoca debates acerca do problema da alteridade, da afecção, da responsabilidade e, por fim, da ética ante a crueldade e a possibilidade da produção de uma poética da escuta na contemporaneidade. *** Notes about (or chords for) By night in Chile, the noisy storm of Roberto Bolaño ***By night in Chile, by Roberto Bolaño, works as an authentic literary machine of denunciation, of intoned irony and instigating aesthetic labor. Having a priest extremely involved with Pinochet’s dictatorship as a first-person narrator, the text operates a noisy storm in the form that makes the signs shake, while countersigns the voice of the narrator himself who creates. The present essay seeks to analyze the formal subtleties that Bolaño develops in the controversial internal struggle between the narrator’s memories and the historically contextualized narrative matter, in order to understand how the notion of the gift for listening, composed by Walter Benjamin and rearticulated by Jacques Derrida, is pertinent for a critical reading of the book, which, in turn, invokes debates about the problem of alterity, affection, responsibility, and finally, ethics in the face of cruelty and the possibility of producing a poetics of listening in contemporary times.Keywords: By night in Chile; gift for listening; poetics of listening; Roberto Bolaño; alterity.