{"title":"Colonialidade e gênero no romance Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé","authors":"A. Alves, Jônata Alisson Ribeiro de Oliveira","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p518-551","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo busca compreender experiências da colonialidade ou, mais precisamente, do que María Lugones (2008) caracteriza como colonialidade de gênero, mediante leitura do romance Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé (2019). Como recorte necessário ao texto literário, partimos de um exame específico da narradora-protagonista Tituba, em passagens nas quais se observa seus deslocamentos entre fronteiras (físicas e imaginárias) de uma modernidade europeia recém-instalada nas ilhas caribenhas dos anos finais do século XVII e iniciais do século XVIII. Supomos que a mulher negra, uma vez reduzida à animalidade, ao sexo forçado e à escravização, se mostra parte constitutiva de um regime de violência próprio ao sistema colonial-moderno de gênero, ao que se mostraria relevante examinar, a partir das experiências de Tituba no contexto da primeira modernidade, como se constroem, de maneira hegemônica, o gênero e suas relações. Este trabalho fundamenta-se nas premissas teóricas da noção de colonialidade do gênero, de María Lugones (2005; 2008; 2014).","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"174 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Scripta Alumni","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p518-551","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo busca compreender experiências da colonialidade ou, mais precisamente, do que María Lugones (2008) caracteriza como colonialidade de gênero, mediante leitura do romance Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé (2019). Como recorte necessário ao texto literário, partimos de um exame específico da narradora-protagonista Tituba, em passagens nas quais se observa seus deslocamentos entre fronteiras (físicas e imaginárias) de uma modernidade europeia recém-instalada nas ilhas caribenhas dos anos finais do século XVII e iniciais do século XVIII. Supomos que a mulher negra, uma vez reduzida à animalidade, ao sexo forçado e à escravização, se mostra parte constitutiva de um regime de violência próprio ao sistema colonial-moderno de gênero, ao que se mostraria relevante examinar, a partir das experiências de Tituba no contexto da primeira modernidade, como se constroem, de maneira hegemônica, o gênero e suas relações. Este trabalho fundamenta-se nas premissas teóricas da noção de colonialidade do gênero, de María Lugones (2005; 2008; 2014).